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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A SINAGOGA


                                                                  A SINAGOGA

sinagoga desempenhou um grande papel no crescimento e na persistência do judaísmo. Os judeus da dispersão fundaram sinagogas em cada cidade do império em que havia judeus suficientes para mantê-las, em Jerusalém floresceram sinagogas estrangeiras. A Galiléia, que, nos dias dos macabeus, era largamente gentílica (2 Mac 5:21-23), estava cheia de sinagogas no tempo de Cristo. A sinagoga era um centro social em que os judeus, que habitavam uma cidade, se reuniam semanalmente para se encontrarem. Era a instituição de educação para conservar a lei diante do povo e para instruir as crianças na fé ancestral. Substituía o culto do templo, de que eram impedidos pela distância ou pela pobreza. Na sinagoga, o estudo da lei tomou o lugar do sacrifício, o rabi suplantava o sacerdote e a fé comunal era aplicada à vida individual.

Cada sinagoga tinha como seu diretor o “chefe da sinagoga” (Mc 5:22), que era provavelmente eleito de entre os anciãos por meio de voto. O diretor presidia aos cultos da sinagoga, atuava como instrutor em caso de disputa (Lc 13:14) e apresentava à assembleia os que apareciam de visita (At 13:15). O subalterno, ou Hazzan, atuava como conservador da propriedade e tinha a responsabilidade de cuidar do edifício e de tudo que dentro dele havia. Tinha ainda o dever de avisar o povo da comunidade do começo do sábado na sexta à tarde e dar-lhe também notícias do seu fim. O funcionário mencionado em Lucas 4:20, que levou o rolo das Escrituras de que Jesus pregou na sinagoga de Nazaré e que o tornou a colocar no seu nicho, quando Jesus acabara a leitura, era um deles. Em caso de necessidade, servia o Hazzan de professor da escola da sinagoga local.

As casas das sinagogas eram geralmente fortes edifícios de pedra, por vezes ricamente mobiladas, se a congregação ou empresa eram ricas. Cada sinagoga tinha uma arca em que o rolo da lei era guardado, um estrado com uma escrivaninha de onde a Escritura do dia era lida, luzes para iluminar o edifício e bancos ou assentos para a congregação. A maior parte do equipamento em uso nas antigas sinagogas aparece ainda nas partes que lhe compete nas modernas sinagogas.

O culto da sinagoga consistia na recitação do credo judaico ou Shema, “Ouve, ó Israel; Jeová nosso Deus é o único Deus. Amarás, pois, a teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças” (Dt 6:4,5), acompanhada por frases de louvor a Deus chamadas Bekarot, por começarem com a palavra “Bendito”. A seguir ao Shema, vinha uma oração ritual, concluída com uma oportunidade de oração individual silenciosa da parte dos membros da congregação. A leitura da Escritura, que vinha depois, começava com seções especiais da lei que estavam marcadas para dias Santos; mas, como o tempo, veio o Pentateuco interior a ser dividido em partes que davam um ciclo fixo de cento e cinquenta e quatro lições que deviam ser lidas num período definido de tempo. Os judeus palestinianos liam o Pentateuco em cada três anos, enquanto que os judeus babilônicos completavam a leitura num ano. Liam-se também os profetas, como o mostra a leitura feita por Jesus na sinagoga (Lc 4:16 e seg.) . Nessa ocasião, foi provavelmente o próprio Jesus que escolheu a Leitura. A leitura da Escritura é seguida por um sermão explicativo da passagem lida. O sermão na sinagoga de Nazaré esteve inteiramente dentro do procedimento regular do dia. O culto era encerrado com uma benção pronunciada por algum membro sacerdotal da congregação. Não estando presente nenhum pessoal com qualificações sacerdotais, em vez da benção, havia uma oração.

A influência da natureza e ordem do culto da sinagoga sobre o método usado pelas igrejas do primeiro século é claramente óbvia. O próprio Jesus assitia regularmente ao culto da sinagoga e tomava parte nele. Os seus discípulos também tinham sido acostumados a esse ritual. Paulo, nas suas viagens, em qualquer cidade que entrasse, fazia das sinagogas da Dispersão o seu primeiro ponto de contato, e pregava e disputava com os judeus e prosélitos que se reuniam para o ouvir (At 13:5, 15-43; 14:1; 17:3,10,17; 18:4,8; 19:8). As muitas íntimas semelhanças entre os usos da sinagoga e os da Igreja podem indubitavelmente explicar-se pelo fato de que a última absorveu ou seguiu em certo grau o procedimento da primeira. Realmente, alguns cultos cristãos primitivos puderam ser realizados dentro da sinagoga; a epístola de Tiago implica que as comunidades cristãs às quais era dirigida estavam ainda a ter os cultos dentro delas (Tg 2:1 e 2). Devido à sumária e persistente rejeição do evangelho de Cristo pelo povo judaico é que a igreja e a sinagoga se separaram. Hoje estão inteiramente separadas e estão, por razões profundas, em oposição. No entanto, na proeminência dada às Escrituras e ao uso da homília e sermão, ainda a sinagoga e a igreja mostram íntima relação.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

terça-feira, 30 de outubro de 2018

TEMPERANÇA


                                                                  TEMPERANÇA
Temperança (domínio próprio)

A dimensão final do fruto do Espírito é a temperança ou autocontrole, isto é, a autodisciplina. É a capacidade de ser moderado, de dominar o ego e controlar a si próprio.

A temperança implica dominar as paixões sensuais e moderar os hábitos diários, ao invés de satisfazer os próprios desejos (2 Timóteo 1.7).

A temperança como fruto do Espírito realiza no cristão o inverso das maquinações e obras iníquas da carne. Temperança é domínio próprio em ação!

O domínio próprio é a capacidade de governar nossos próprios desejos (Gênesis 4.7). Diferente da pessoa que anda na carne, o servo do Senhor deve mostrar o domínio próprio (Provérbios 16.32; 25.28/ Atos 24.25/ 1 Timóteo 3.2/ Tito 2.2/ 2 Pedro 1.6).

Baseia-se no autocontrole e na moderação encontrados naqueles que vivem para a Glória de Deus (2 Coríntos 5.15/ Colossenses 3.1-3).

O domínio próprio é o controle que o cristão exerce sobre sua vida (Tiago 3.2). É a autodisciplina sobre suas palavras e atos.

É a virtude que nos dá as condições para controlar nossa vida, nos capacitando a negar nossos desejos carnais. A pessoa que aprende a se dominar é capaz de vencer os vícios e maus hábitos que governam as vidas muitas pessoas que continuam a andar na carne.

O domínio próprio nos induz a refrear a sensualidade e a usar todas as coisas com moderação (1 Coríntios 6.12).

Quem tem domínio próprio se auto-domina (1 Coríntios 9.25). Quem não tem é dominado por algo ou por alguém.

Quem tem, não permite que sentimentos e desejos o controlem; antes, controla-os, não se permitindo dominar por atitudes, costumes e paixões.

Domínio próprio, portanto, é a capacidade de efetiva que o cristão deve ter de controlar seu corpo e sua mente.

O temperante segundo Tito 1.8 é aquele que exerce autocontrole sobre as paixões ou desejos desregrados da alma.

Na criação, Deus dotou o homem de certas faculdades necessárias à sobrevivência: alimentar-se, preservar-se, reproduzir-se, dominar sobre a criação e adquirir bens.

No entanto, com a entrada do pecado, essas aptidões inatas foram contaminadas pelo pecado. A partir de então, surgiram a glutonaria, o suicídio, a prostituição, a servidão, a ganância, a cobiça, etc. Esses últimos manifestam-se muitas vezes de modo incontido, aprisionando a pessoa aos vícios e ao desejo irrefreável de cometer tais pecados. A Bíblia os chama de “concupiscência da carne”.

Deus anela que o crente tenha domínio próprio, pois este fruto capacita o crente a renunciar a impiedade e as concupiscências mundanas (Tito 2.11,12/ 1 Pedro 4.2/ 1 João 2.16,17).

O fruto da temperança abrange a renúncia aos desejos ou prazeres pecaminosos. A idéia principal de temperança é força, poder ou domínio sobre o ego, inclusive petulância, brutalidade e vanglória.

É o controle de si mesmo sob a orientação do Espírito Santo.

A palavra temperança também é usada em referência ao domínio do cristão sobre os desejos sexuais (1 Coríntios 7.9).

Prostituição, impurezas e lascívia são as obras da carne que se referem mais especificamente aos desejos sexuais desenfreados.

Uma pessoa impura, adúltera e lasciva tem dificuldades de conviver com um Deus Santo. Deus concede ao homem e a mulher a possibilidade de se satisfazerem no matrimônio, mas a partir do momento em que não há mais autocontrole nesse assunto, os desejos sexuais tornam-se desenfreados e contaminam o corpo.

Deus criou o sexo para a recreação e a procriação, e Se encarrega de abençoá-lo. Para isso, o crente deve seguir o padrão bíblico em relação ao sexo para preservar seu corpo em santidade e agradar ao Senhor.

A falta de temperança leva a pessoa a cometer excessos ao dar vazão aos desejos pecaminosos da carne. O melhor antídoto contra isso é estar cheio do Espírito Santo, porque desta maneira estaremos sob o Seu controle. Ele nos ajuda a dominar nossas fraquezas, e submetermo-nos à Sua vontade (João 3.6/ Romanos 8.5-9).

Sem o auxílio do Espírito de Deus, nossas inclinações naturais cedem facilmente aos desejos pecaminosos. Todavia, ao nascermos do Espírito Santo, a nova natureza divina em nós esforça-se por cumprir toda a Sua vontade e agradá-lO.

O propósito divino é que os cristãos tenham uma vida equilibrada. Isto implica equilíbrio espiritual, físico e emocional. Vida equilibrada é viver com moderação.

Isto significa que devemos evitar os extremos de comportamento ou expressão, conservando os apropriados e justos limites.

Obviamente há coisas das quais o cristão tem de se privar totalmente (Marcos 7.22,23/ Romanos 1.29-31; 3.12-18/ Gálatas 5.19-21), entretanto, Deus criou muitas coisas boas para delas desfrutarmos com prudência, sob a orientação do Espírito Santo e da Palavra de Deus.

Examinemos os ensinos bíblicos quanto à temperança em áreas específicas de nossa vida:

a) Controle da língua. A temperança começa com o controle da língua (Tiago 3.1-12). Se você não controla sua língua, sua fala, sua conversa, não controla nada mais em sua vida. O cristão não deve se envolver em conversação torpe nem em palavras vãs (Efésios 4.29; 5.4).

b) Moderação nos hábitos cotidianos. A glutonaria e a bebedice são hábitos pecaminosos contra os quais somos advertidos na Bíblia (Provérbios 23.20,21/ Gálatas 5.21). O cristão deve alimentar-se adequadamente.

c) Moderação no uso do tempo. O cristão não deve ocupar-se com atividades inúteis, mas deve ocupar-se com atividades edificantes (1 Coríntios 10.23). Jesus destacou a importância de usar nosso tempo (Lucas 12.15-21,35-48). O crente equilibrado o dividirá entre a família, o trabalho, o estudo da Bíblia, a igreja, a oração, o descanso e o lazer. O indivíduo que desperdiça tempo em atividades inúteis, não tem domínio próprio (1 Tessalonicenses 5.6-8).

d) Autodomínio da mente. O crente não deve pensar coisas vãs e infrutíferas, mas pensar tudo que é puro, justo e verdadeiro (Filipenses 4.8). No mundo de hoje, há muitas atrações e passatempos aparentemente inofensivos com o objetivo de afastar-nos de nossas responsabilidades para com Deus. O que lemos, vimos, ou ouvimos causa impacto em nossa mente, por isso precisamos da ajuda do Espírito Santo a fim de conservá-la pura.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

SOLDADO DE CRISTO


                                                          SOLDADO DE CRISTO
II Tm 2.1-5

“Viver é ser um Soldado”.

Quem aceita o convite para se tornar discípulo de Cristo, alista-se em seu exército. Torna-se bom soldado de Jesus Cristo. O convite para o alistamento é feito com base na autoridade de quem convida – O general Jesus Cristo.

O soldado é aquele que está preparado para ir à guerra, que está a serviço do exército militar. 

Paulo escrevendo ao seu filho e discípulo, Timóteo, apresenta as características do soldado de Cristo.

1º. FORTIFICA-SE NA GRAÇA DE JESUS CRISTO. II Tm 2.1

O soldado de Cristo foi alistado para uma guerra contra os principados e potestades Ef 6.12, contra o seu eu Gl 2.20 e contra o sistema mundano I Jo 5.4. Essa guerra é para que a pregação da Palavra alcance o coração dos pecadores, e estes sejam salvos.

Para lutar nesta guerra a vida do discípulo soldado tem que ser totalmente baseada na graça. É na graça que deve se fortificar para viver como bom soldado.

As razões pelas quais o soldado deve se fortificar na graça são as seguintes:

a) O alistamento é feito por um General cheio de graça. Jo 1.1-3
b) O alistamento para a salvação é pela graça. Ef 2.8
c) O alistamento para o ministério/serviço é feito pela graça.

Quando, como soldados, nos encontramos fracos pela guerra que travamos todos os dias contra o diabo, a nossa carne e o mundo, na missão de irmos pelo mundo pregando o Evangelho a toda a criatura e fazendo discípulos de todas as nações, devemos nos fortificar na Graça de Jesus Cristo.

2°. SOFRE AS AFLIÇÕES DO ALISTAMENTO. II Tm 2.3

O discípulo que se alista no exército de Cristo, não deve se enganar com relação às lutas, aflições e sofrimentos que o alistamento lhe impõe.

O General do exército não fugiu do caminho do sofrimento. Foi o primeiro a sofrer as aflições do chamado de Deus para Sua vida. Sua vida foi de sofrimento do nascimento à morte. A prova disso está nos evangelhos que mostram o seu sofrimento no deserto, no Getsêmani, no julgamento e condenação e, principalmente, na Cruz.

Paulo, como discípulo e soldado, foi convidado por Cristo a sofrer pelo Evangelho. At 9.16. Por isso, convidou seu discípulo a sofrer as aflições do ministério.

O bom soldado de Cristo enfrenta com alegria os sofrimentos do ministério por alguns motivos:

a) Por causa da palavra que tem que ser pregada. II Tm 2.9
b) Por amor dos que precisam alcançar salvação. II Tm 2.10
c) Porque se sofremos, com Ele reinaremos. II Tm 2.11-13

O soldado não pode enfrentar as aflições da guerra, sozinho. Paulo convidou Timóteo a sofrer com ele os sofrimentos do ministério. E Timóteo foi fiel na participação das lutas de Paulo. I Co 4.17; At 20.1-5

Nós não podemos sofrer sozinhos nas batalhas pelo Evangelho, precisamos da ajuda de nossos amigos, líderes, discipuladores e pastores.

3°. NÃO SE EMBARAÇA COM OS NEGÓCIOS DESTA VIDA. II Tm 2.4,5

Aquele que se alista e luta no exército de Cristo deve batalhar a fim de agradar o General que o alistou. Para agradá-Lo, o soldado não pode se envolver com os negócios desta vida. O discípulo deve envolver-se com o seu discipulado, o Evangélico deve envolver-se com o seu Evangelho e o cristão deve envolver-se com o seu cristianismo.

O código romano de Teodósio dizia: "Proibimos aos homens arrolados no serviço militar comprometer-se com ocupações civis";

É claro que o discípulo está no mundo, mas não pode viver como o mundo vive. Deve estudar trabalhar e aproveitar a vida sem deixar o mundo entrar em seu coração. Mas, o que Paulo queria dizer quando falou sobre os negócios desta vida:

a) Os desejos da mocidade. II Tm 2.22
b) Discussões que não favorecem o Evangelho. II Tm 2.23
c) Brigas e contendas. II Tm 2.24

Essas coisas embaraçam a vida do soldado e o paralisam no desenvolvimento de sua luta pela causa do Evangelho.

Para agradar seu Comandante, o soldado deve-lhe fidelidade e obediência até à morte. 

Você está em Guerra! Uma vez alistado no Exército de Cristo, você não pode dar baixa em sua carteira, porém deve permanecer no exército e viver conforme as regras do quartel e estar pronto para lutar até o fim.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

domingo, 28 de outubro de 2018

O SIGNIFICADO DAS TRÊS EPÍSTOLAS DE JOÃO E PARA QUEM ELAS FORAM DESTINADAS


O SIGNIFICADO DA TRÊS EPÍSTOLAS DE JOÃO E PARA QUE ELAS FORAM DESTINADAS
Fiz uma leitura nas duas cartas de João, o Apóstolo amado, e descobri que o tema ou a preocupação de João era combater os falsos mestres. É interessante fazer um contraste entre a segunda e a terceira epístolas deste Apóstolo.
A segunda carta adverte a “senhora eleita”. Talvez a senhora eleita seja um título da igreja. Ele fala sobre os falsos mestres de fora da igreja como líderes com o comportamento de ditadores dentro da congregação.
Os falsos mestres na segunda carta de João valiam-se do amor para negar a verdade. Esta carta fala sobre três homens: GaioDiótrefes e Demétrio (V. 1,9-12). Na igreja visível há salvos e perdidos. Há cristãos verdadeiros e cristãos falsos. Há os que amam a Deus e buscam a Sua glória e aqueles que amam a si mesmos e estão interessados apenas na sua própria glória. Onde há pessoas, há problemas, mas também existe possibilidade de resolução dos problemas.
Consideremos agora os três homens desta carta, observando o perfil de cada um.
I. GAIO, UM ENCORAJADOR – VS, 1-8
1. Um homem amado
O apóstolo João o chama de “amado” por três vezes (vs. 1,2,5). É pouco provável que esse fosse um tratamento formal. Ele era um homem especial. Gaio era o tipo de pessoa que atraía as pessoas por sua bondade, amabilidade.

2. Um homem de vida espiritual saudável – vs.2

O texto nos indica que Gaio não estava bem de saúde, e João orava por sua restauração ( vs.2). É possível ser pobre materialmente e ser rico espiritualmente. É possível estar doente corporalmente e ser saudável espiritualmente. Isto é uma “tacada” nos seguidores da teologia da prosperidade, que enfatizam que o cristão não pode ter doença, padecer fisicamente. Aprendemos aqui que Gaio tinha a capacidade de cuidar do rebanho do Senhor.
Há muitos pastores (líderes) doentes emocionalmente no exercício da liderança. Deveriam estar sendo pastoreados, mas estão pastoreando. O ministério tem suas complexidades e exige obreiros bem resolvidos e saudáveis emocionalmente. O pastor (líder) lida com muitos problemas e, se ele não for uma pessoa centrada e equilibrada, pode gerar muitos conflitos e problemas no seu ministério. Gaio era um homem sadio espiritualmente, equilibrado, por isso poderia exercer a liderança na igreja.

3. Um homem de bom testemunho – vs.3,4
Gaio era reconhecido como um homem que obedecia a palavra de Deus e andava na verdade. As pessoas que iam visitar João davam bom testemunho do exemplo de Gaio. Será que as pessoas que nos conhecem podem dar bom testemunho a nosso respeito? Às vezes ficamos desconfortados quando alguém pergunta: “Fulano de tal é da sua igreja?” ou “Eu conheço um dos seus membros muito bem”.
O que levou Gaio a dar bom testemunho? A Verdade de Deus! A verdade estava nele e o havia capacitado a andar em obediência à vontade de Deus. Gaio leu a Palavra, meditou na Palavra, deleitou-se na palavra e praticou a Palavra em sua vida diária. O que é a digestão para o corpo, meditação é para a alma.
Gaio andava na verdade e isso trouxe grande alegria a João (v.4). Não havia dicotomia entre a profissão de fé e a prática. Gaio era um cooperador da verdade – Ou seja, ele ajudava as pessoas a fazerem a obra de Deus. Você faz a obra com os pés, indo; com as suas mãos, contribuindo; e com os seus lábios, falando e orando. Gaio abriu seu coração, seu bolso e seu lar para acolher os pregadores da palavra de Deus.
A segunda carta alerta para o perigo de exercer a hospitalidade com os falsos mestres (v.7-11). A terceira carta alerta para a necessidade de hospedar e receber os pregadores fiéis da palavra de Deus (v.5-8). Gaio era um encorajador não apenas para os domésticos da sua comunidade, mas também com estrangeiros (Hb 13.2).
Gaio não abriu apenas seu lar, mas ele também abriu seu coração e seu bolso para dar ajuda financeira aos seus hóspedes que pregavam a Palavra de Deus. Ele dava suporte financeiro para que outras pessoas fizessem a obra de Deus (I Co 16.6; Tt 3.13). Nossa fé deve ser expressa por obras (Tg.214-16) e nosso amor por ajuda e não por palavras apenas (I Jo 3.16-18). Qual é a motivação para essa prática de Amor a Gaio?
1. Dar suporte aos servos de Deus honra a Deus (v.6) – Nós nos assemelhamos a Deus quando nos sacrificamos para servir aos outros. Devemos viver de modo digno de Deus para o seu inteiro agrado. Servir aos servos de Cristo é servir a Cristo (Mt 10.40; 25.34-40).
2. Dar suporte aos servos de Deus é um testemunho aos perdidos (v.7) – Jesus ensinou claramente que os servos de Deus merecem suporte financeiro(Lc 10.7), mas esse suporte não deve vir dos incrédulos, mas do povo de Deus.

II. DIÓTREFES, O DITADOR – VS 9.10
1. Amantes dos holofotes – vs. 10
Há muitas igrejas que têm membros que insistem em ser “mandachuvas”, e fazer tudo a seu modo. Mas, na maioria das vezes, é o pastor que assume poderes ditatoriais e esquece-se que a palavra ministro significa “servo”. Em outras ocasiões, é um presbítero, diácono ou talvez um membro de longa data da igreja que pensa ter “direitos adquiridos por tempo de serviço”.
A motivação de Diótrefes era o orgulho. Os motivos que governavam a conduta de Diótrefes não eram teológicos, sociais ou sequer eclesiásticos, mas morais. Ele estava ávido por posição e poder. Ele não tinha dado ouvido às advertências de Jesus contra a ambição e o desejo de domínio (Mc 10.42-45; 1 Pe 5.3).
Diótrefes queria ser o centro das atenções. Ele era um daqueles que parava em frente ao espelho e dizia: “Quão grande és tu”. Ele era o oposto de João, o batista, que disse: “Convém que ele (Jesus) cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).
O orgulho e a soberba são pecados intoleráveis para Deus. Na igreja de Cristo todos estamos nivelados no mesmo patamar: Somos servos. Não há espaço para ditadores, donos e chefes, “Caciques espirituais” Para buscar aplausos de homens. Diótrefes era um líder que tinha mania de glória. Como um ditador ele impunha sua liderança pela força e pela intimidação. Sua vontade era lei. Ninguém podia ocupar o seu espaço. Cada pessoa que chegava à igreja era uma ameaça à sua liderança. Por isso, ele não concedia hospitalidade a João.

2. Diótrefes mentiu sobre o apóstolo João – vs. 10 a

As palavras e obras más emanam do Diabo. Ele trazia falsas e vazias acusações contra João. Seu prazer era atentar contra a honra daqueles que eram ameaça ao seu orgulho e à sua posição de liderança. O texto no verso 10 diz: “...proferindo contra nós palavras maliciosas”. O que Diótrefes dizia a respeito de João era totalmente absurdo, e, no entanto, alguns gostavam de ouvir esse tipo de conversa e estavam dispostos a acreditar em tais mentiras! Além disso, Diótrefes falava mal de João pelas costas, quando João não estava presente para se defender.
Será que você está na igreja de Diótrefes? Quantas pessoas maliciosas há em nosso meio, que são especialistas em fofocas, mentiras, divisões? Estes são discípulos do Mestre de intrigas Diótrefes.
Os cristãos devem ter cuidado para não acreditar em tudo o que leem ou ouvem sobre os servos de Deus, especialmente os que exercem um ministério amplo e estão em destaque. Da próxima vez que alguém quiser falar com você, pergunte a esta pessoa se isto que ele ou ela irá falar passou pelas três peneiras:
As Três Peneiras
Um rapaz procurou certo sábio e disse que precisava falar sobre uma outra pessoa. Erguendo os olhos do livro que lia, o sábio perguntou: - O que você deseja falar-me já passou pelas três peneiras? – Três peneiras? Retrucou o rapaz, curioso. – Sim! Respondeu o sábio. A primeira peneira é a verdade. O que você quer conversar comigo a respeito dos outros é um fato, ou você ouviu alguém falar? Caso seja algo que tenha apenas ouvido alguém falar, vamos encerrar o assunto por aqui mesmo. – No entanto, sendo fato, devemos passar pela segunda peneira – a bondade. O que você vai contar é algo de bom? Ajuda construir o caminho, a fama do próximo? – Se o assunto é realmente coisa boa, ainda assim temos a terceira peneira – a necessidade. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Pode melhorar a qualidade de vida das pessoas? – E o sábio concluiu: Se passar pelas três peneiras, conte, estou pronto a ouvir, pois neste caso eu, você e nossos irmãos nos beneficiaremos. Todavia, se for reprovado em pelo menos uma peneira, esqueça tudo e encerre o assunto. Será uma fofoca que serviria apenas para envenenar o ambiente e levar rancor e discórdia entre irmão e amigos.
1.  É verdade? (Ef 4.25)
2.  Vai ajudar a pessoa de quem falamos? (Ef 4.29)
3.  É preciso saber, ou seja, vai ajudar outros? (Ef 4.29)

3. Diótrefes disciplinou os que discordavam dele – vs. 10 c
”... e os expulsa da igreja”. Os membros da igreja que receberam os cooperadores de João foram expulsos da igreja! Diótrefes não tinha nem autoridade nem base bíblica para expulsar as pessoas da igreja. A disciplina que ele praticava era abusiva. As pessoas eram disciplinadas não porque havia pecado, mas porque haviam desobedecido a uma ordem autoritária dele.
A disciplina bíblica não é uma arma nas mãos de um ditador para proteger a si mesmo. A disciplina é uma ferramenta para congregação usar para promover a pureza e glorificar a Deus (Hb 11.30). A igreja não é uma delegacia. Ela não trata as pessoas com chibata. A disciplina deve ser exercida com amor. Os ditadores na igreja são perigosos. Eles julgam e condenam todos aqueles que discordam deles. Eles lutam não pela glória de Deus, mas pela projeção dos seus próprios nomes. E você leitor ou leitora, é um Diótrefes? Ou faz parte da igreja que há um Diótrefes?
Não é difícil reconhecer os “ditadores” da igreja. Eles gostam de falar a respeito de si mesmos e do que “fazem para o Senhor”. Também têm o costume de julgar e condenar os que discordam deles. São especialistas em rotular outros cristãos e classifica-los em categorias rígidas segundo suas próprias intenções. O mais triste é que esses “ditadores” são chamados de conservadores da doutrina santa. Que absurdo!

III. DEMÉTRIO, UM EXEMPLO – VS. 11-15
1. Demétrio, um homem digno de ser imitado – v. 11
De acordo com o dicionário, um exemplo é: “um ideal, um modelo, algo digno de ser imitado”. Demétrio era um cristão exemplar.
Quando um líder anda com Deus e vive de forma irrepreensível, ele é digno de ser imitado (Fp 3.17); (I Co 11.1). Ele tornou-se modelo, padrão, referencial. As pessoas estão olhando para nós. Eles estão nos copiando. Que tipo de crentes estamos sendo? Estamos influenciando para o bem ou para o mal? Não se pode ver Deus, mas é possível vê-lo operando na vida dos seus filhos. A vida piedosa e o serviço consagrado de um cristão sempre servem de encorajamento e de estímulo. O escritor aos Hebreus diz:
“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obra” ( Hb 10.24)

2. Demétrio, um homem de bom testemunho dentro e fora da igreja – vs. 12

Todos os membros da igreja conheciam Demétrio, amavam Demétrio e agradeciam a Deus pela sua consistente vida e ministério. Sua vida era exemplo para os membros da igreja. Os de fora da igreja também lhe davam bom testemunho. Sua vida era coerente. Sua vida familiar, financeira, profissional era coerente com o seu testemunho. Será que as pessoas podem falar da mesma forma de nós?

3. Demétrio, um homem que têm bom testemunho da própria verdade – v. 12
Como Gaio, ele andou na verdade e obedeceu a verdade. A genuinidade cristã de Demétrio não precisava da prova dos homens; era provada por si mesma. A verdade que ele professava estava encarnada nele. Isso não significa que ele era perfeito, mas sim que levava uma vida coerente, procurando honrar ao Senhor.
Tanto a igreja quanto a Palavra davam testemunho da vida de Demétrio, e agora, o apóstolo faz o mesmo, isto significa que Demétrio teria problema para com o “ditador” Diótrefes. O apóstolo amado sabia por experiência própria e não se envergonhava de confessar que Demétrio era um homem de Deus.
Nobre irmão qual destes três homens você é?
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

MARDOQUEU, DEUS REVERTE SITUAÇÕES


                                       MARDOQUEU, DEUS REVERTE SITUAÇÕES

Se de Todo Te Calares


O capítulo 9.20 sugere que foi Mardoqueu o autor do livro de Ester.

O livro é um documento histórico porque registra a vida dos judeus que preferiram ficar na Babilônia após o exílio, sendo a única fonte histórica desse período.

• Trata da vida dos judeus que escolheram ficar na Babilônia após o cativeiro.
• Narra a história da escrava judia que se tornou rainha.
• Mostra a direção de Deus salvando o seu povo, transtornando as intrigas, enganos e traições nos bastidores de um palácio. 

Destaca-se:

• O temor de Ester. Cap. 4.10-11.
• A autoridade, a fé e o desafio de Mardoqueu: “Se de todo te calares, socorro e livramento de outra parte virá para os judeus, mas tu e tua casa perecereis; quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” (4.14.)
• A decisão corajosa de Ester. Cap. 4.15-17.
• Apesar de não registrar o nome de Deus, nota-se a Sua presença em todos os fatos narrados.
• A festa de Purim, instituída naquela ocasião, é comemorada até hoje, entre os judeus. Nesta ocasião o livro de Ester é lido publicamente. Cap. 9.20-22.
• É o único documento histórico existente sobre a primeira tentativa de perseguição ao povo judeu.

Neste contexto, os judeus estavam em grande aflição por causa do ódio de Haman, o agagita, conselheiro do rei Assuero. Ele planeava matar todos os judeus.

ASPECTOS DO CARÁTER DE ESTER

1. Obediência.

A Bíblia engrandece a obediência dos filhos aos pais (Ef 6.1-3; Mt 15.4). Sendo órfã (Et 2.15), Ester em tudo obedecia a Mardoqueu, seu pai adotivo. Certa ocasião, quando este lhe ordenou que não declarasse a que povo pertencia, a jovem não titubeou, obedeceu-o prontamente (Et 2.10,20). Mesmo casada, Ester permaneceu fiel às promessas que fizera a Mardoqueu, honrando-o em tudo (Êx 20.12). Mais tarde, ao receber o pedido de Mardoqueu para livrar seu povo do extermínio, Ester mais uma vez atendeu-o, mesmo consciente dos sérios riscos que correria (Et 4.8,16).

A independência e as novas funções exercidas pelos filhos na sociedade moderna não os impedem de respeitar seus pais, nem tiram destes a responsabilidade de admoestá-los (Et 2.11). Deus abençoa os filhos que seguem rigorosamente os sábios conselhos dos pais (Gn 7.7,13; 8.18).

2. Humildade.

Ester estivera algum tempo sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres (Et 2.8). Segundo a narrativa bíblica, ela poderia pedir-lhe o que quisesse, entretanto, contentava-se com o que lhe oferecia (Et 2.15). Quantos, no lugar de Ester, não se esqueceriam do Senhor, usufruindo das iguarias e dos recursos que estivessem à sua disposição. O conselho de Pedro em sua primeira carta, capítulo três, versículos de três a cinco, aplica-se perfeitamente à vida de Ester (Et 2.17).

3. Disposição.

É maravilhoso quando nos colocamos inteiramente nas mãos de Deus para realizarmos sua obra. Mas, infelizmente, nem todos estão dispostos a pagar o preço (Mt 19.16-22). Ester colocou sua vida em risco a fim de livrar seu povo do iminente extermínio (Et 4.16). Há muitos que não dedicam sequer parte do seu tempo ao serviço do Reino de Deus. Todavia, Deus continua convocando servos fiéis, dispostos a serem poderosamente usados em suas mãos.

4. Sensatez e Paciência.

Ester era cautelosa (Et 2.10,20; cf. Am 5.13) e paciente (Et 5.2,3,4-8; 7.1-6). Esperava o tempo de Deus com toda resignação (Et 7.5-10). A sensatez e a paciência têm salvado muitas vidas ao longo da história. São virtudes indispensáveis a todos os filhos de Deus (Sl 40.1; Rm 5.3,4; Pv 14.33). Foi exatamente em razão dessas qualidades que Ester fez sucumbir os malévolos projetos de Hamã (Et 7-8). Cumpriu-se em Ester o sábio provérbio: "O rei tem seu contentamento no servo prudente, mas, sobre o que procede indignamente, cairá o seu furor" (Pv 14.35).

Ester, judia casada com o rei Assuero, estava numa situação privilegiada para escapar à maldade de Haman, porém ela tinha responsabilidades para com o seu povo e Mardoqueu, seu tio, lhas fez lembrar -- "... não imagines em teu ânimo que escaparás em casa do rei, mais do que todos os outros judeus, porque, se de todo te calares, neste tempo, socorro e livramento (Deus) se enviará para livrar os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecerão! E, quem sabe se para este tempo, e para um evento como este, chegaste a este reino..." (Ester 4:13-14).

Se lermos com a devida atenção o texto de Et 4:1-3 vemos que tanto Mardoqueu quanto a maioria dos judeus espalhados nas mais de 120 províncias da pérsia, iniciam um jejum, ou seja, Éster ainda está totalmente alienada dos fatos, e se for feita uma fila ela e suas moças são as ultimas da fila.

Et 4.1 Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou Mardoqueu as suas vestes, e vestiu-se de um pano de saco com cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande e amargo clamor;

Mardoqueu, um homem humilde e temente a Deus. Primo da rainha Ester e fiel servidor do palácio (Et 2.5-7,21), Mardoqueu era um exemplo de autêntica humildade, confiança e obediência a Deus (Et 5.13,14). A despeito de ter sido promovido é exaltado pelo próprio rei, nenhum direito reivindicou; sequer exigira as glórias que lhe eram devidas, mas retornou ao trabalho cotidiano (Et 6.11,12), deixando tudo nas mãos do Senhor. Mais tarde, esse extraordinário homem foi honrado e reconhecido como protetor do povo judeu (Et 10).

Enaltecida pela Palavra de Deus (Mt 5.3; Sl 138.6), a humildade é uma virtude imprescindível a todo crente.

(V.2) e chegou até diante da porta do rei; porque ninguém vestido de pano de saco podia entrar pelas portas do rei.

(V.3) E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegavam havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em pano de saco e em cinza. E devido a sua alienação, (ou falta de informação, como queiram) ela tenta ate interromper o jejum de Mardoqueu.

(V.4) Então vieram as moças de Ester e os seus eunucos e fizeram-lhe saber, com o que a rainha muito se doeu; e mandou vestes para vestir a Mardoqueu e tirar-lhe o seu cilício; porém ele não as aceitou. Ester não faz decreto algum ordenando jejum (decreto tem pergaminho, selo, etc) a todo o povo judeu (Faz um pedido a Mardoqueu, depois da dura profecia de morte contra ela. E só os da capital – Susã v:16).

O império persa era vasto e não havia internet nem email como hoje, e o tempo era escasso (apenas 3 dias). Em três dias não se cobriria uma distancia muito superior do Rio a Curitiba.

16 Vai, e ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço.

Outra coisa, o pedido dela não é para pessoa física e sim pela causa coletiva que vai levar ao rei, se não o final do verso 16 fica sem sentido (e, perecendo, pereço) denotaria falta de fé.

Aqui, sim ela é valente e corajosa. Esta dando a sua vida em favor do povo (ha uma possibilidade de 50% de que morra ou sobreviva, mesmo se não, valeria a pena fazer o que por certo fora colocada ali).

“Entraram, pois, o rei e Hamã para se banquetearem com a rainha Ester. Ainda outra vez disse o rei a Ester, no segundo dia, durante o banquete do vinho: Qual é a tua petição, rainha Ester? e ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? Até metade do reino se te dará. Então respondeu a rainha Ester, e disse: Ó rei! se eu tenho alcançado o teu favor, e se parecer bem ao rei, seja-me concedida a minha vida, eis a minha petição, e o meu povo, eis o meu rogo; porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para sermos destruídos, mortos e exterminados; se ainda por servos e por servas nos tivessem vendido, eu teria me calado, ainda que o adversário não poderia ter compensado a perda do rei. Então falou o rei Assuero, e disse à rainha Ester: Quem é e onde está esse, cujo coração o instigou a fazer assim? Respondeu Ester: Um adversário e inimigo, este perverso Hamã! Então Hamã ficou aterrorizado perante o rei e a rainha. E o rei, no seu furor, se levantou do banquete do vinho e entrou no jardim do palácio; Hamã, porém, ficou para rogar à rainha Ester pela sua vida, porque viu que já o mal lhe estava determinado pelo rei. Ora, o rei voltou do jardim do palácio à sala do banquete do vinho; e Hamã havia caído prostrado sobre o leito em que estava Ester. Então disse o rei: Porventura quereria ele também violar a rainha perante mim na minha própria casa? Ao sair essa palavra da boca do rei, cobriram a Hamã o rosto. Então disse Harbona, um dos eunucos que serviam diante do rei: Eis que a forca de cinqüenta côvados de altura que Hamã fizera para Mardoqueu, que falara em defesa do rei, está junto à casa de Hamã. Então disse o rei: Enforcai-o nela” (Ester 7 1 a 9). “Naquele mesmo dia deu o rei Assuero à rainha Ester a casa de Hamã, o inimigo dos judeus. E Mardoqueu apresentou-se perante o rei, pois Ester tinha declarado o que ele era. O rei tirou o seu anel que ele havia tomado a Hamã, e o deu a Mardoqueu. E Ester encarregou Mardoqueu da casa de Hamã. Tornou Ester a falar perante o rei e, lançando-se-lhe aos pés, com lágrimas suplicou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e o intento que este projetara contra os judeus. Então o rei estendeu para Ester o cetro de ouro. Ester, pois, levantou-se e, pondo-se em pé diante do rei, disse: Se parecer bem ao rei, e se eu tenho alcançado o seu favor, e se este negócio é reto diante do rei, e se eu lhe agrado, escreva-se que se revoguem as cartas concebidas por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, as quais ele escreveu para destruir os judeus que há em todas as províncias do rei. Pois como poderei ver a calamidade que sobrevirá ao meu povo? ou como poderei ver a destruição da minha parentela? Então disse o rei Assuero ã rainha Ester e ao judeu Mardoqueu: Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele enforcaram, porquanto estenderá as mãos contra os judeus. Escrevei vós também a respeito dos judeus, em nome do rei, como vos parecer bem, e selai-o com o anel do rei; pois um documento escrito em nome do rei e selado com o anel do rei que não se pode revogar.

COMO LIDAR COM SITUAÇÕES ADVERSAS

1. Orando

(Cl 4.2; 1 Ts 5.17). Assim como a oração muda a história de um povo (Jn 3.10; Et 9), pode alterar o destino de uma pessoa (Is 38.5). A oração faz parte do nosso relacionamento com Deus. Através dela Ele se faz conhecido e nos revela seus eternos propósitos (Os 6.3; Jr 33.3). O verdadeiro cristão deve crer no poder de Deus para que, por meio de sua intercessão, as coisas aconteçam (Mt 21.22). “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16-18).

2. Jejuando

O jejum como disciplina orientada pelo Espírito Santo Jesus Cristo foi levado pelo Espírito ao deserto para jejuar - Mateus 4.2.

A. O jejum para buscar a vontade de Deus em assuntos específicos
Os israelitas jejuaram para determinar a direção de uma batalha - Juízes 20.26. Paulo e Barnabé jejuaram para escolher anciãos - Atos 14.23.

B. O jejum no arrependimento de pecado
Os israelitas jejuaram, arrependeram-se e deixaram falsos deuses - I Samuel 7.6. Davi jejuou e arrependeu-se de seu pecado - II Samuel 12.16,21, 23. Acabe jejuou e arrependeu-se por causar a morte de Nabote - I Reis 21.27. Depois de ouvir a Palavra, os israelitas jejuaram e confessaram – Números 9.1-3. Daniel jejuou e confessou seus pecados e os de Israel - Daniel 9.3-11. Joel promulgou o jejum para Israel para arrependimento - Joel 1.12,15. A população de Nínive se arrependeu com jejuns - Jonas 3.5.

C. O jejum pela obra de Deus
Pela condição assolada de Jerusalém e pela obra do Senhor - Neemias 1.4.

D. O jejum para libertação ou proteção de Deus
Josafá e Judá jejuaram para libertação e proteção na batalha - II Crônicas 20.3. Esdras e o povo jejuaram para libertação - Ester 8.21-23. Os judeus jejuaram por livramento após o decreto de Assuero - Ester 4.13-16. O povo jejuou após o livramento de Deus do plano de Hamã - Ester 9.31.

E. O jejum para humilhar-se diante de Deus
Davi se humilhou diante do Senhor com jejuns - Salmo 69.10-13.

F. O jejum como parte da adoração e do louvor
Ana adorava com jejuns e orações diariamente - Lucas 2.37. A Igreja Primitiva jejuou e serviu o Senhor - Atos 13.2-3.

G. O jejum no momento da aflição
Os israelitas prantearam e jejuaram a morte de Saul - I Samuel 31.13, II Samuel 1.12. Davi jejuou na doença de seu filho - II Samuel 12.16, 21-23. 

3. Confiando em Deus.

Jesus nos advertiu da urgente necessidade de vivermos em constante oração e comunhão com Deus (1 Co 1.9; 2 Co 13.13; Fp 2.1). A tendência do ser humano é desesperar-se diante das circunstâncias adversas. Isso pode acontecer com qualquer um de nós. Mas a vitória só será concedida àqueles que confiarem integralmente no Senhor (Sl 118.8,9).

Sadraque, Mesaque e Abednego foram pressionados a negar a Deus, mas escolheram ser-lhe fiéis sem importar o que acontecesse.

Confiavam em Deus para salvá-los, mas estavam determinados a ser fiéis a despeito das conseqüências. Se Deus sempre resgatasse aqueles que lhe são fiéis, os cristãos não precisariam de fé. A religião seria uma grande apólice de seguro e haveria filas de pessoas egoístas e interesseiras prontas para fazer parte dela.

Devemos ser fiéis e servir a Deus, quer Ele interfira em nosso favor, quer não. Nossa recompensa eterna é digna de qualquer sofrimento que venhamos suportar. Estava evidente para os que observavam que esta quarta pessoa era sobrenatural. Não se pode afirmar com certeza quem era o quarto homem. Poderia ter sido um anjo ou o próprio Jesus Cristo. Em ambos os casos, Deus enviou um visitante celestial para acompanhar estes três homens fiéis em sua grande provação.

O livramento que Deus deu a Sadraque, Mesaque e Abednego, foi uma grande vitória de fé para os judeus que estavam no cativeiro. Eles foram protegidos do mal, confortados na provação. Deus foi glorificado e eles, recompensados.

No texto de Juízes 6, o povo de Israel estava passando por uma crise profunda, sendo subjugado pelos midianitas e amalequitas, a situação era caótica (v.2). E, no meio daquela dor, encontramos algo de positivo. Os filhos de Israel clamaram ao Senhor por socorro. No meio da sua angústia, você tem clamado ao Senhor? Tem buscado a face Dele?

Quando o povo clamou, Deus começou a procurar alguém que Ele pudesse usar. Então o Senhor enviou um anjo que se colocou embaixo de uma árvore e ficou a observar quem Deus poderia usar (v.11). E o anjo encontrou um jovem simples chamado Gideão, e o chamou de varão valoroso, que significa, “você tem valor aos olhos de Deus”.

Hoje o Senhor está procurando homens e mulheres que possam ser usados em suas mãos para libertar quem esteja sendo escravizado pelo maligno. Deus acreditou em Gideão porque viu nele alguém que não se conformava com aquela realidade de escravidão. Talvez, aos olhos humanos, você não tenha nenhum valor, mas Deus olha para o coração. Ele não olha nem para o seu passado, mas olha para o seu presente e projeta um futuro de bênçãos em Suas mãos.
Gideão era frágil e com uma fé pequenina. Quando ele ouve o desafio de Deus de livrar os filhos de Israel, nem ele mesmo acreditava em si, tal a situação deplorável em que vivia (v.15). Mas o seu coração era inconformado com a situação do seu povo, e foi este que Deus quis usar. O Senhor deseja lhe libertar para que você liberte outros desse mundo pecaminoso e mau. 

Mas Deus encontrou algumas qualidades na vida de Gideão que são necessárias em nossas vidas também. A primeira coisa é que Deus deseja ver se estamos desprendidos, se não existem amarras em nossas vidas que nos impossibilite de servi-lo. Em segundo lugar, Deus encontrou em Gideão um homem que gostava de ofertar ao Senhor (v.18). Quantos não recebem sua vitória por terem as suas mãos fechadas! Como esperamos receber de Deus se não existe da nossa parte um ato de gratidão? Deus está esperando o seu presente.

O LIVRAMENTO DOS JUDEUS (Ester 6-10)

O livro de Ester termina com a narrativa do estabelecimento da festa de Purim e a elevação de Mordecai ao posto deixado vago por Hamã (Ester 10.3). Mordecai tornou-se o segundo homem do império persa. A festa de Purim deveria ser celebrada anualmente. É sempre inspirada na dramática história de Ester.

O fato de ser celebrada ainda hoje confirma a sua autenticidade. A festa não comemora tanto a queda de Hamã como o livramento do povo. Era o Dia de Ações de Graça para o povo escolhido. Embora tivessem abandonado a Deus, ele os havia poupado. Livramento parece ser a nota dominante da história dos judeus. Deus sempre livrou essa nação do perigo e da servidão. Ainda hoje Deus libertará seu povo na hora da aflição.

O livro de Ester é um elo importante numa cadeia de acontecimentos que narram o estabelecimento da nação hebraica de novo em sua própria terra como preparação para a vinda do Messias. Os judeus tinham escapado do extermínio. O propósito de Deus era que fossem preservados a fim de que por eles viesse o Salvador ao mundo.

Nenhum outro livro da Bíblia ilustra tão poderosamente a providência de Deus ao preservar o povo judeu a despeito do ódio demoníaco dos seus inimigos.

Mardoqueu usado por Deus sinalizou numa frase de efeito a expressão bastante relevante: Se te calares doutra parte virá livramento; mas quem sabe se para tal tempo não fostes enviada?(por Deus); se você é um vaso de Deus jamais espere que Ele deixe de te usar como instrumento vivo em suas mãos.

Lembre-se de Jonas, que de nada adiantou tentar fugir de sua responsabilidade. Assim como ele Deus não abre mão de você. A rainha Ester foi o instrumento que Deus preparou para promover o livramento da nação de Israel; então ela não poderia se omitir de sua responsabilidade, mas se isso viesse a ocorrer doutra parte viria o livramento; no entanto a responsabilidade era toda dela naquele momento e foi exatamente isso que o seu primo Mardoqueu lhe transmitiu. Não deixe passar de você para outras pessoas a responsabilidade de ser um canal de bênçãos e livramento para todo o povo de Deus através de suas orações intercessões e até mesmo indo para o campo de missões pregar o evangelho.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante