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sexta-feira, 13 de abril de 2018

RUMO AO DESCANSO ETERNO...


                                                 RUMO AO DESCANSO ETERNO...
Um estudo sobre o “Descanso de Deus na Criação” (Gn 2:2-3). Você ficará maravilhado ao descobrir que o sábado semanal [1] que Deus deu aos filhos de Israel (Ex 20:8) era na verdade uma representação de toda a mensagem evangélica (Lv 23, Cl 2:16-17). A mensagem bíblica da salvação pela graça, não por obras (Ef 2:8), “pois todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas.” Hebreus 4:10.
Em Hebreus capítulos 3 e 4 somos convidados a entrar no descanso de Deus inaugurado na Criação [2]. O que exatamente isso significa? Vamos por um momento explorar esses capítulos.
Hebreus 3:1-6
1 Portanto, santos irmãos, participantes do chamado celestial, fixem os seus pensamentos em Jesus, apóstolo e sumo sacerdote que confessamos. 2 Ele foi fiel àquele que o havia constituído, assim como Moisés foi fiel em toda a casa de Deus. 3 Jesus foi considerado digno de maior glória do que Moisés, da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa.
4 Pois toda casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo. 5 Moisés foi fiel como servo em toda a casa de Deus, dando testemunho do que haveria de ser dito no futuro [3], 6 mas Cristo é fiel como Filho sobre a casa de Deus; e esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à confiança e à esperança da qual nos gloriamos.
Hebreus foi escrito para os primeiros Judeus convertidos ao Cristianismo. Antes de se tornarem cristãos, esses convertidos passaram a vida inteira praticando costumes Judaicos. É provável que eles tivessem amigos e familiares que não concordavam com sua decisão de seguir a Cristo. Eles estavam lutando com os argumentos de que eles deveriam abandonar o Cristianismo e retornar às suas raízes Judaicas. Hebreus encoraja-os a permanecer no curso.
Um tema comum em todo livro de Hebreus é que “Jesus é superior.” Nos dois primeiros capítulos, o autor de Hebreus explica que Jesus é superior aos anjos. No capítulo 3 ele continua com essa linha de raciocínio, mas redireciona o foco para Moisés. Hoje consideramos perfeitamente natural Jesus ser superior a Moisés, mas naquele tempo esta era uma idéia muito radical. Moisés era muito reverenciado pelos Judeus. Alegar que “Jesus foi considerado digno de maior glória do que Moisés” era considerado uma blasfêmia em sua cultura! Considere estas escrituras:
Atos 6:11-14
1 Então subornaram alguns homens para dizerem: “Ouvimos Estêvão falarpalavras blasfemas contra Moisés e contra Deus”. 2 Com isso agitaram o povo, os líderes religiosos e os mestres da lei. E, prendendo Estêvão, levaram-no ao Sinédrio.
3 Ali apresentaram falsas testemunhas que diziam: “Este homem não pára de falar contra este lugar santo e contra a lei. 4 Pois o ouvimos dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos legou”.
Atos 21:21
“E já acerca de ti foram informados de que ensinas todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos, nem andar segundo o costume da lei.”
É neste ambiente que o autor dirigi a atenção do leitor para a superioridade de Jesus em relação a Moisés. Os versículos 1 e 2 colocam o foco do leitor em Jesus. O versos 3 a 6 prosseguem demonstrando a superioridade de Jesus. Porém a partir do versículo 7, a nossa atenção é atraída para outra coisa:
Hebreus 3:7-11 [4]
7 “Assim, como diz o Espírito Santo: “Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, 8não endureçam o coração [5], como na rebelião, durante o tempo de provação no deserto, 9 onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova, apesar de, durante quarenta anos, terem visto o que eu fiz.
10 Por isso fiquei irado contra aquela geração e disse: Os seus corações estão sempre se desviando, e eles não reconheceram os meus caminhos. 11 Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso”.
A primeira das três coisas que podemos notar aqui é um período de 40 anos de provação no deserto. A passagem se refere aos 40 anos de peregrinação que os filhos de Israel fizeram antes de entrar em Canaã (para saber mais sobre o contexto, veja o versículo 16).
O segundo item de importância é a palavra “Hoje” [6]. Ela parece quase insignificante na passagem acima, mas esta palavra será repetida cinco vezes nestes dois capítulos e em breve revelar-se-a ser muito significativa.
A terceira coisa a se observar é a frase “Jamais entrarão no meu descanso” [7] a qual também será repetida várias vezes.
Como exatamente a peregrinação no deserto se relaciona com a superioridade de Jesus? O que acontece “Hoje”? O que significa “Jamais entrarão no meu descanso”?
Hebreus 3:12-19
12 Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo. 13 Pelo contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado,14 pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio. 15 Por isso é que se diz: “Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião”.
16 Quem foram os que ouviram e se rebelaram? Não foram todos os que Moisés tirou do Egito? 17 Contra quem Deus esteve irado durante quarenta anos? Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? 18 E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes? 19 Vemos, assim, que foi por causa da incredulidade que não puderam entrar.
O versículo 12 introduz a importância de acreditar / ter fé, ao encorajar os convertidos a não se encontrarem com um coração descrente. Além de repetir os misteriosos “Hoje”, os versículos 13 e 14 continuam a encorajar os novos cristãos a reterem firmemente a sua confiança em Jesus. Versículos 15 a 18 retornam para a imagem da peregrinação no deserto.
Durante suas andanças, os filhos de Israel guardavam o sábado semanal. A penalidade para quebra do sábado naquela época era a morte! No entanto, apesar de guardarem o sábado, os filhos de Israel nunca conseguiram entrar no descanso de Deus.
O descanso de Deus, que está sendo falado aqui, é no contexto de “Hoje”. Alguma outra coisa diferente do sábado semanal está sendo falado aqui como sendo o “descanso de Deus”, mas o quê? O que é esse descanso de Deus que eles não conseguiram entrar? Mais uma vez a palavra “Hoje” aparece, mas por quê?
Outro ponto a ser observado é que a importância de acreditar / ter fé reaparece no versículo 19. Assim como o versículo 12 incentiva os novos convertidos a ter um coração crente, o versículo 19 diz que os filhos de Israel não entraram no descanso de Deus por causa da incredulidade. O versículo 18 menciona sua desobediência, mas o versículo 19 diz que foi sua incredulidade que os impediu de entrar no descanso de Deus. Iremos explorar isso novamente quando chegarmos a Hebreus 4:8-11.
Hebreus 4:1-2
1 Visto que nos foi deixada a promessa de entrarmos no descanso de Deus, temamos que algum de vocês pense que tenha falhado. 2 Pois as boas novas foram pregadas também a nós, tanto quanto a eles; mas a mensagem que eles ouviram de nada lhes valeu, pois não foi acompanhada de fé por aqueles que a ouviram.
A promessa do descanso de Deus (que os filhos de Israel não entraram) ainda está de pé e somos convidados a entrar nele! De acordo com o versículo 2, o descanso de Deus envolve a mensagem do evangelho. Vemos que a mensagem do evangelho foi pregada aos filhos de Israel, mas eles não conseguiram entrar no descanso de Deus. A chave para entrar no descanso de Deus está relacionado com acreditar na mensagem do evangelho, mas o que exatamente é o descanso de Deus?

Hebreus 4:3-5

3 Pois nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso, conforme Deus disse: “Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso” — embora as suas obras estivessem concluídas desde a criação do mundo. 4 Pois em certo lugar ele falou sobre o sétimo dia, nestas palavras: “No sétimo dia Deus descansou de toda obra que realizara”. 5 E de novo, na passagem citada há pouco, diz: “Jamais entrarão no meu descanso”.
Pela primeira vez nos é dado algum contexto para identificar o “descanso de Deus.” Quando Hebreus 3 e 4 se refere ao “descanso de Deus”, está falando sobre o descanso de Deus na criação [8]. O versículo 3 nos diz que o descanso de Deus na criação nunca teve um fim. O descanso de Deus continua ainda hoje. Embora os filhos de Israel tivessem entrado no descanso semanal do sábado, não puderam entrar no descanso de Deus da criação.
Hebreus 4:6-7
6 Entretanto, resta entrarem alguns naquele descanso, e aqueles a quem anteriormente as boas novas foram pregadas não entraram, por causa da desobediência. 7 Por isso Deus estabelece outra vez um determinado dia, chamando-o “hoje”, ao declarar muito tempo depois, por meio de Davi, de acordo com o que fora dito antes: “Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração”.
Os filhos de Israel tinham direito ao descanso do sábado, uma vez por semana. No resto da semana eles tinham que trabalhar. O descanso de Deus na criação é “Hoje” (todos os dias)! Deus nos convida a entrar nesse descanso. Como exatamente se entra no descanso de Deus? O que sabemos até agora sobre o descanso de Deus na criação é que:
1. Apesar de guardarem o sábado semanal, os filhos de Israel não entraram neste descanso.
2. Este descanso envolve a fé e a mensagem do evangelho.
3. Este descanso começou no sétimo dia da criação e não terminou (Gn 2:2 não registra “tarde e manhã”, como nos últimos 6 dias de Gênesis 1).[9]
4. Este descanso é “Hoje” (todos os dias), não apenas uma vez por semana.
Hebreus 4:8-11
8 Porque, se Josué lhes tivesse dado descanso [10], Deus não teria falado posteriormente a respeito de outro dia. 9 Assim, ainda resta um descanso sabático [11] para o povo de Deus; 10 pois todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas.[12] 11 Portanto, esforcemo-nos por entrar nesse descanso, para que ninguém venha a cair, seguindo aquele exemplo de desobediência. [13]
Finalmente, podemos encaixar todas as peças. Aqui em Hebreus temos imaginado o sábado semanal (descanso do trabalho), entretanto contextualmente a Escritura está falando sobre o descanso de Deus na criação, que é “Hoje”. Nós sabemos que aqueles que já guardavam o sábado semanal (os filhos de Israel) não entraram neste descanso. Após 40 anos de peregrinação eles entrarem na terra prometida, mas Josué ainda não pode dar-lhes descanso. Como indicado anteriormente, precisamos olhar para a mensagem do evangelho para entender o porquê:
1. Todos nós somos pecadores (Rm 3:10). E é a lei que aponta isso para nós [14] (Rm 3:20). Se pudéssemos guardar a lei nos seriamos salvos, mas nenhum de nós pode guarda-la perfeitamente [15]. Por nossa natureza, somos objetos da ira (Ef 2:3). Não existe absolutamente nada que possamos fazer em nossa caminhada para “ganhar” ou “merecer” o céu!
2. A lei, a qual não podemos guardar, nos aponta para a solução do problema do pecado (Gl 3:19-25).
3. Jesus veio e viveu uma vida perfeita em nosso favor. Ele cumpriu todos os requisitos da lei e os profetas (Mt 5:17, Lc 24:27, Lc 24:44-45, Rm 3:21-28). Ele é o nosso perfeito substituto (2 Coríntios 5:21). [16]
4. Se reconhecermos nossa completa incapacidade para nos salvar, arrependendo-se de nossa natureza pecaminosa, e crermos em Jesus para nos salvar (em vez de trabalhar por nossa justiça própria, então nós somos Seu! (Rm 4:4-5, Jo 5:24, Jo 3:16-18, Rm 8:1-2).
O que isto nos revela é realmente muito impressionante! O sábado semanal que Deus deu aos filhos de Israel era na verdade uma representação de toda a mensagem evangélica. Nossa natureza humana pecaminosa nos faz querer “trabalhar” durante nossa caminhada rumo ao céu para “ganhar” ou “merecer” a salvação! Basta sermos bons o suficiente para ganharmos graça diante de Deus, certo? Não, não é assim! Deus deu 613 mandamentos [17] através de Moisés para provar que toda a humanidade é pecadora, culpada e incapaz de atingir os padrões exigidos por Deus (Rm 3:19). Se apenas uma pessoa pudesse guardar todas elas, então essa pessoa seria digna, mas nenhum de nós é de algum modo justo. Nossas tentativas de obediência apenas mostram o quão desobediente realmente somos.
Se tentarmos “trabalhar” por nosso caminho para o céu, nos encontraremos “seguindo aquele exemplo de desobediência.” Se os filhos de Israel tivessem combinado a lei que Deus lhes deu com fé (acreditar), então eles teriam percebido a sua completa incapacidade para guarda-la e eles teriam clamado por um salvador! Ao invés de reconhecer o problema, eles escolheram trabalhar ainda mais para ganhar sua própria salvação![18]
A salvação é um dom gratuito (Ef 2:8-9). Contudo, ainda hoje, muitas pessoas não abandonaram a crença de que através de seu próprio “trabalho” iram ganhar graça diante de Deus. Isso nada mais é do que rejeitar o dom gratuito da salvação em Cristo Jesus. Nossas obras não podem obter ou manter nossa salvação … Jesus é o único caminho!
O sábado semanal é um interessante paradoxo que apontava para o evangelho. Com mandamentos e restrições impostas na guarda do sábado, os Israelitas tiveram que “trabalhar” na não quebra das leis e regulamentações que regiam esse dia. Por isso, ao mesmo tempo que era um dia de descanso, o sábado era também um descanso que tinha de ser “trabalhado” para ser mantido. Se “trabalhar” nele era necessário, seria isso realmente descansar?

Deus deu o sábado semanal para os israelitas como um lembrete do descanso da criação, além de também apontar a solução para o problema do pecado (o evangelho). Nós precisamos simplesmente parar de tentar ganhar a salvação e deixar que Deus faça o salvamento! [19] Por isso, Hebreus 4:10 diz que “todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas.”
Assim, qualquer um que “Hoje” entra no descanso de Deus também descansa de seu próprio trabalho hipócrita. Hoje nós descansamos totalmente na certeza de que Jesus cuidou de tudo para nós. Nós não “trabalhamos” por nossa salvação! O sábado semanal foi uma “sombra”, que apontava para Cristo (Col 2:16-17).
Jesus disse “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mateus 11:28-30) [20]
Louvado seja Deus porque “Hoje” podermos descansar na plena certeza de nossa salvação através de Jesus Cristo! [21]
Michael Miller, autor
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Notas do Tradutor:

[1] Existem três escolas de pensamento com respeito ao sábado. Há um grupo pequeno, que inclui a IASD que ensina que o sábado continua no Novo Testamento. Um segundo grupo ensina a teologia da transferência e afirma que o mandamento do descanso (Shabbth) do sábado ainda é obrigatório, mas a santidade do dia foi transferida do sábado para o domingo (este veio muito depois no desenvolvimento da igreja cristã. Os primeiros cristãos não ensinavam nenhum destes dois conceitos). Finalmente, há um grupo maior de cristãos que ensinam que Jesus cumpriu o sábado e a lei. Ele é o nosso descanso sabático.

[2] Não encontramos nenhuma menção da palavra “Sábado”, no livro de Gênesis e também nenhum mandamento para a humanidade descansar no relato de Gênesis 2:2-3. (A Bíblia relata que a primeira vez que alguém foi ordenado a guardar o Sábado foi em Êxodo 16:23-30.) Moisés, ao escrever Gênesis 2:2-3 sobre o descanso de Deus no sétimo dia, evitou usar o vocábulo Shabbth, porque segundo o autor inspirado, o Sábado só será imposto no Sinai, onde se tornará o sinal da Aliança Mosaica. O autor de Hebreus nos capítulos 3 e 4 também faz a mesma coisa para diferenciar a realidade (descanso de Deus) que “hoje” possuímos, da sombra (sábado semanal) que cumpriu sua função tipológica em Cristo (Cl 2:16-17).
O descanso de Deus (Gn 2:2-3) existia antes da entrada do pecado e era uma realidade que continuou a existir, o Sábado semanal foi dado no Sinai (Ex 16 e 20), após a entrada do pecado. O Sábado era um lembrete do descanso da Criação que o homem havia perdido com a entrada do pecado no Éden. Os israelitas receberam o mandamento (sinal da Antiga Aliança) de lembrar desse descanso (“Lembra-te do dia de sábado” Êx 20:8) os cristãos não receberam nenhum comando para guardar o Sábado, receberam o mandamento (sinal da Nova Aliança) de lembrar do alto preço pago por Cristo para nos reconduzir a esse descanso (“Fazei isto em memória de mim.” 1 Cor 11:24).
Este sinal da Nova Aliança era celebrado pelos cristãos primitivos no dia da vitória de Cristo sobre a morte. (Atos 20:7) Em Apocalipse 1:10, o Espírito de Deus chama esse dia de “O Dia do Senhor”. No grego, a palavra “do Senhor” é um adjetivo, uma melhor tradução seria “dia senhoril” (aquele que pertence ao Senhor), ou “dia dominical” (“dominical” = “relativo ao Senhor” cf. dicionário da língua portuguesa). Esta palavra é usada neste sentido apenas duas vezes no Novo Testamento; no “dia senhoril” ou “dia dominical” (Ap 1:10) e na “ceia senhoril” ou “ceia dominical” (1 Co 11:20). Esta palavra conecta maravilhosamente a Ceia com o Dia.
[3] Ao ensinar a Israel sobre a Antiga Aliança, Moisés estava “dando testemunho do que haveria de ser dito no futuro.” A Aliança Mosaica apresentada a Israel ensinou o povo de Deus sobre a vinda do Messias. Revelou-lhes seus pecados e sua necessidade de um Salvador. Cada pedaço da Antiga Aliança apontava para Jesus. Cada símbolo e cerimônia representava Jesus, seu sacrifício salvífico e sua graça. Ele é o cumprimento de todas as sombras da Antiga Aliança. Ele é melhor do que todas as sombras e transcende todas elas. Nele podemos ter confiança para aproximarmo-nos do trono de Deus e entrar em Sua presença. Tudo na Antiga Aliança apontava para Cristo. Tudo na Antiga Aliança foi cumprido Nele, até mesmo o Sábado.  “A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos mesmos.” Hb10:1a, “Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.” Rm 15:4
[4] Salmo 95:7-11 = Hebreus 3:7-11
[5] Se esses novos cristãos rejeitarem a Jesus e insistirem em dirigir suas próprias vidas, o descanso que eles irão perder será muito maior do que o descanso de reinar na terra de Canaã. Se as pessoas recém-convencidas sobre Jesus como o Messias endurecerem seus corações em vez de se aprofundarem em Deus, eles não vão perder só terras, mas um relacionamento com seu Salvador. A apostasia de quem sabe que Jesus é o Senhor é mais grave do que a apostasia de quem tinha apenas a lei de Moisés. Enquanto ambos são, em última análise descrer em Deus, os israelitas estavam rejeitando uma sombra de seu Redentor. Uma pessoa que rejeita a pessoa de Jesus está rejeitando o próprio Redentor.
[6] Observe que este descanso NÃO é um determinado dia da semana. Não é o domingo, a segunda, a terça, a quarta, a quinta, a sexta ou sábado. É HOJE! É agora, todos os dias!
[7] A palavra grega katápausis traduzida por “repouso” ou “descanso” aparece 8 vezes nas Escrituras do NT (At 7:49; Hb 3:11, 18; Hb 4:1, 3, 5, 10-11). Este repouso não é o sábado semanal (sabbaton), mas a tradução da palavra hebraica “menujah”: lugar de descanso, “repouso”, que deriva de “núaj” “estabelecer-se”, “permanecer em um lugar”, “repousar depois de uma atividade prévia”. A versão Septuaginta usa a forma verbal de katapausin em Gênesis 2:2.

[8] O sábado era apenas uma sombra física do descanso espiritual que seria dada pela fé em Cristo Jesus. Em Cristo, o perfeito descanso espiritual que Adão e Eva perderam quando pecaram foi agora restaurado.
As obras criativas de Deus foram concluídas em seis dias e no sétimo “dia” (yom) Ele descansou de Sua obra criadora. Deus ainda está nesse descanso hoje. Deus nunca deixou seu descanso. Ao contrário dos outros seis dias, o sétimo “dia” (yom) da criação não teve tarde ou manhã, nem fim. Deus ainda está no sétimo “dia” (yom).
Adão e Eva teriam permanecido no descanso de Deus se não tivessem pecado. Os filhos de Israel poderiam ter entrado naquele descanso se tivessem crido. Os israelitas receberam um símbolo cerimonial desse descanso, mas eles não conseguiram compreender para quem ele apontoava. Você e eu estamos sendo chamados para esse descanso hoje através da fé em Jesus Cristo. Não estamos sendo chamados para uma sombra, mas para uma realidade. Estamos sendo convidados a retornar para o descanso espiritual do Éden.
[9] O erudito William Barclay em seu comentário sobre Hebreus 4 diz: “Agora o autor de Hebreus permuta o significado da palavra repouso. É certo que antigamente o povo tinha perdido o repouso que teria podido obter, mas apesar de tudo o repouso permanecia. Atrás deste argumento jaz uma das concepções rabínicas favoritas. No sétimo dia depois de terminar a obra da criação, Deus tinha descansado de seus trabalhos. Agora, no relato da criação de Gênesis 1 e 2 há um fato extraordinário e curioso. Nos primeiros seis dias da criação fala-se do sobrevir da manhã e da tarde; em outras palavras, cada dia tinha seu começo e seu fim. Mas no sétimo dia — o dia do descanso de Deus — não se menciona absolutamente o sobrevir da tarde. A partir daqui os rabinos argumentavam que enquanto os outros dias concluíam, o dia do descanso de Deus não tinha fim: era eterno e perdurável. O descanso de Deus não tem entardecer mas sim perdura para sempre. Portanto, ainda que na antiguidade os israelitas não tivessem podido entrar nesse repouso, este ainda permanecia, já que era um repouso eterno.”
[10] Mesmo depois da entrada dos filhos de Israel na Terra Prometida sob a liderança de Josué, eles ainda continuavam fora do verdadeiro descanso de Deus. A Terra Prometida, assim como o sábado, era apenas uma sombra do descanso que Deus queria restaurar as pessoas. Há ainda um descanso para nós entrarmos, mas não é um pedaço de terra ou um determinado dia da semana. É o descanso espiritual que foi perdido no Éden e restaurado somente pela fé em Cristo.
[11] O escritor de Hebreus cunhou uma nova palavra grega para descrever este descanso, sabbatismos. A palavra grega sabbatismos traduzida corretamente por descanso sabático,  não significa “guardar o sábado”, nem o domingo.  Sabbatismos significa um descanso “semelhante ao sábado”. Observe que o escritor não usa a palavra grega para o dia de sábado semanal “sabbaton”. Ao contrário, ele se refere a um descanso “tipo o sábado”. Não estamos sendo convidados a entrar no dia de sábado semanal (sabbaton), mas no descanso eterno de Deus (sabbatismos). Não estamos sendo convidados a descansar durante um dia da semana, mas para descansar eternamente em Cristo e na Sua obra consumada.
[12] Alguns comentários de adventistas sobre Hb 4:9 que mostram que não se deve usar sabbatismos como prova de que existe um comando de guardar o sábado semanal no Novo Testamento:
a) Ellen White disse que o texto referia-se ao descanso espiritual: “o repouso aqui mencionado é o repouso da graça” e o verdadeiro repouso da fé” (Comentários de E. G. White em “The Seventy-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, p. 928).
b) O “Comentário Bíblico Adventista” diz: “Certamente, ao escrever aos judeus, o autor de Hebreus não consideraria necessário provar-lhes que resta “a guarda do sábado”…” (The Seventy-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, p. 423)
c) Alberto R. Timm, professor de Doutrina do Sábado e diretor do Centro de Pesquisas Elle G. White, no Instituto Adventista de Ensino, disse: “Assim sendo, não nos é possível restringir a expressão sabbatismós, de Hebreus 4.9, à mera observância formal do sábado do sétimo dia.” (O Sábado nas Escrituras, p.72).
[13] É nos dito no versículo 10 que a única maneira de entrarmos no verdadeiro descanso de Deus é que devemos primeiro descansar de nossas próprias obras. Se continuarmos tentando entrar no descanso de Deus através de nossas obras, então estaremos sendo tão desobedientes e sem fé, quanto os israelitas. Assim como os crentes hebreus, para quem esta carta foi escrita, não podemos voltar para a Antiga Aliança que era um pacto de obras. Devemos descansar, por meio da fé, na obra consumada de Jesus.
[14] A função da Lei era a de revelar o pecado. Ao se ver pecador e incapaz de cumprir a lei, o homem devia apelar para a graça e misericórdia de Deus. Rm 3:20; 5:20; 7:7; 1 Co 15:56; Gl 3:19.
[15] É impossível ao homem andar segundo a Lei, pois ao transgredir um mandamento ele se torna culpado de todos. Tg 2:10.
[16] Alguns aspectos da Lei e o Cristão:
a) Aquele que crê em Jesus já não está mais sob o regime da Lei, mas sob a graça, pois Jesus veio pagar a pena (a morte) no lugar do que nele crê para que este fique livre de pagar. Rm 6:14
b) A Lei serviu apenas de tutor ao homem para conduzi-lo a Cristo, porém quando já tem a Cristo ele não precisa mais desse tutor (Gl 3:24, 25).
c) Embora o cristão não esteja mais sob o regime da Lei do Antigo Testamento, ele está agora sob a lei de Cristo. (lembre-se que a Lei dizia para não matar ou adulterar, enquanto Jesus disse para nem mesmo pensar em matar ou adulterar). 1 Co 9:21
d) Ele se comporta para agradar a Deus não por medo do castigo, mas pela gratidão e pelo desejo de agradar seu Salvador. Seu padrão agora não são os Dez Mandamentos, mas a própria Pessoa de Cristo. Jo 13:15; 15:12; Ef 5:1-2; 1 Jo 2:6; 1 Jo 3:16
e) Você encontra no Novo Testamento nove dos dez mandamentos apresentados como preceitos morais para serem imitados, e não como lei, ou seja, não há uma pena de morte para o seu descumprimento como era o caso na Lei de Moisés. Neste sentido, toda a Escritura é proveitosa para o cristão, para seu ensino, admoestação etc. (2 Tm 3:16), nunca como lei. O único mandamento que não aparece no Novo Testamento é o da guarda do sábado. Na doutrina dos apóstolos o cristão nunca é ensinado a guardar o sábado.
f) A Lei continua valendo na sua finalidade de revelar que o homem é pecador, mas isso para o incrédulo, e não para o crente: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente; Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores… mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus”. 1 Tm 1:8, 9; 1 Co 6:11
[17] A Lei completa não são apenas os 10 mandamentos, mas todos os mandamentos (incluindo os cerimoniais) encontrados nos capítulos 20 a 31 de Êxodo, em Levítico e Deuteronômio. Os 10 mandamentos mostram apenas sua essência.
[18] O paradoxo de ser apaixonado por Jesus é que quanto mais permitimos-lhe dirigir e influenciar nossa vida e decisões, mais liberdade experimentamos. Ele nos transforma em pessoas que desejam amar em vez de pessoas que exigem amor. Não temos mais que viver com medo e incerteza. Somos salvos, e Deus é o nosso Senhor. Nossos dias são dele; nossas vidas são dele; nossos dons são dele. Nele estamos seguros. Nele nós amamos. Nele vivemos.
[19] O cristão chinês Watchman Nee nos ajuda a entender esse dilema: “[…]O que significa, na vida de cada dia, ser libertado do poder da Lei? Sig­nifica que, daqui em diante, não vou fazer coisa alguma para Deus, não vou fazer as minhas tentativas de agradar-Lhe. Talvez você proteste: “Que doutrina! Que terrível heresia! Certamente não é isso que quer dizer”.
Lembremo-nos, porém, de que se eu tentar agradar a Deus “na carne”, coloco-me imediatamente sob a Lei. Quebrei a Lei, e ela pronunciou sobre mim a sentença de morte, e esta foi executada, de maneira que, pela morte, eu – o “eu” carnal (Rm 7.14) – fui libertado de todas as suas reivindicações. Há ainda uma Lei de Deus, e agora há, sim, “um novo mandamento”, que é infinita­mente mais exigente do que o velho, mas, graças a Deus, as suas exigências serão satisfeitas, pois é Cristo quem agora as cumpre, é Cristo que opera em mim o que é agradável a Deus. “Eu vim… para cumprir (a Lei)” – fo­ram as Suas palavras (Mt 5.17). Assim, Paulo, baseado na ressurreição, pode dizer: “Desenvolvei a vossa salva­ção com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós, tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade” (Fp 2.12,13).
É DEUS quem efetua em vós. A libertação da Lei não significa que estamos livres de fazer a vontade de Deus. Certamente não se trata de nós agora sermos pessoas sem lei. Muito pelo contrário! O que significa, contudo, é que estamos livres de fazer, por nós mesmos, o que Ele quer. Estando plenamente persuadidos de que não pode­mos fazê-lo, cessamos de procurar agradar a Deus no nível do homem velho. Tendo, finalmente, alcançado aquela situação em que desesperamos em extremo de nós próprios, ao ponto de abandonar nossas tentativas, colocando no Senhor toda a nossa confiança nesta matéria, então poderemos ter a certeza de que Ele manifesta­rá em nós a Sua própria vida ressurreta.
Quanto mais cedo nós também desistirmos de tentar, tanto melhor, porque se monopolizarmos a tarefa, não deixaremos então lugar para o Espírito Santo. Mas, se dissermos: “Eu não o farei; confiarei em Ti para que o faças por mim”, verificaremos então que um Poder mais forte do que nós próprios realizará a tarefa por nosso intermédio.
Em 1923 encontrei um famoso evangelista canadense. Numa minha mensagem, eu falara em termos semelhan­tes ao que acima foi exposto, e, quando mais tarde ca­minhávamos de regresso à sua casa, ele observou: “Pou­cas vezes soa hoje a nota de Romanos 7. E bom ouvi-la de novo. O dia em que fui libertado da Lei, foi um dia de Céu sobre a terra. Depois de ser crente durante vários anos, ainda procurava fazer esforços para agradar a Deus, mas quanto mais tentativas fazia, tanto mais fracassava. Considerava Deus o Ser mais exigente do Universo, e me considerava incapaz de cumprir o menor dos Seus man­damentos. Certo dia, enquanto lia Romanos 7, a luz se derramou sobre mim de repente, e percebi que fora li­bertado, não só do pecado, mas também da Lei. Pulei de alegria e disse: “Senhor, Tu realmente não fazes mais exi­gências de mim? Então, eu não preciso fazer coisa algu­ma para Ti!”
As exigências de Deus não foram alteradas, mas não somos nós quem vai enfrentá-las. Graças a Deus, Ele é o Legislador no Trono e também o Guardador da Lei no meu coração. Aquele que deu a Lei, Ele próprio a guarda. Ele faz as exigências, e também as satisfaz. Enquanto fi­zermos as nossas tentativas, Ele não tem caminho livre para fazer em nós coisa alguma. São as nossas próprias tentativas que nos levam a fracasso após fracasso. Deus deseja nos ensinar que, por nós mesmos, nada podemos fazer, e, até que reconheçamos plenamente esta verdade, não cessarão as nossas decepções e desilusões.
Certo irmão que lutava para alcançar a vitória obser­vou: “Não sei por que sou tão fraco”. “O seu problema”, respondi, “é que o irmão é fraco demais para cumprir a vontade de Deus, mas não suficientemente fraco para abandonar a tentativa de agradar-Lhe. Somente quando você estiver reduzido à fraqueza extrema e chegar à con­vicção de que não pode fazer coisa alguma, é que Deus passará a fazer tudo”. Todos nós devemos chegar à con­clusão que se expressa assim: “Senhor, sou incapaz de fazer para Ti coisa alguma, mas confio que Tu farás tudo em mim”.
Certa vez passei algum tempo com cerca de vinte irmãos num local onde, não havendo recursos adequa­dos onde estávamos hospedados para tomar banho, dia­riamente nos dirigíamos ao rio para um mergulho. Numa destas ocasiões, um irmão teve cãibra numa perna, e vi que ia afundar-se. Fiz sinal para que outro irmão, exímio nadador, se apressasse a socorrê-lo. Fiquei perplexo ao ver que este não se mexeu, e gritei no meu desespero: “Não vê que o homem está se afundando? ” E os demais irmãos em volta, tão agitados como eu, também grita­vam vigorosamente. Nosso bom nadador, porém, ainda nem se mexeu, como se fosse adiar ou recusar a desagra­dável missão. Nesse ínterim, a voz do pobre irmão que se afogava, foi se enfraquecendo, e os seus esforços fo­ram ficando mais débeis. No meu coração disse: “Odeio este homem! Deixa um irmão afogar-se perante os seus olhos, sem ir em seu auxílio!”
Quando, porém, o homem estava realmente se afun­dando, o nadador, com poucas e rápidas braçadas, encon­trava-se ao seu lado, e ambos chegaram a salvo à margem. Na primeira oportunidade, dei a minha opinião: “Nunca vi qualquer cristão que amasse a sua vida tanto como vo­cê! Pense, quanta aflição você poderia ter poupado àque­le irmão se tivesse considerado um pouco menos a sua própria pessoa, e pensado um pouco mais nele”. O na­dador, porém, conhecia o seu trabalho melhor do que eu. “Se eu tivesse ido mais cedo”, respondeu, “ele ter-me–ia agarrado tão fortemente que ambos nos teríamos afun­dado. Quando um homem está se afogando, não pode ser salvo até que fique completamente exausto e deixe de fazer o mínimo esforço para se salvar”.
Você percebe? Quando nós abandonamos o caso, Deus passa a Se encarregar dele. Fica esperando até que os nossos recursos se esgotem e nada possamos fazer por nós próprios. Deus condenou tudo o que é da velha cria­ção e consignou-o à Cruz. A carne de nada aproveita. Qualquer tentativa de fazer algo na carne, é virtualmente um repúdio à Cruz de Cristo. Deus nos declarou aptos apenas para a morte. Quando realmente cremos nisto, confirmamos o veredito de Deus, abandonando todos os nossos esforços carnais no sentido de agradar-Lhe. Os nossos esforços neste sentido procuram negar a Sua de­claração, na Cruz, da nossa absoluta inutilidade. Se conti­nuarmos nos nossos esforços próprios, demonstraremos que não entendemos devidamente nem o que Deus exige de nós, nem a origem do poder para cumprir as exigên­cias.
Vemos a Lei e pensamos que devemos satisfazer as suas exigências, mas precisamos ter em mente que, embo­ra a Lei seja em si mesma reta e justa, tudo falhará se ela for aplicada à pessoa errada. O “desventurado homem” de Romanos 7, procurou satisfazer por si mesmo a Lei de Deus, e foi essa a causa da sua aflição. O repetido emprego da pequena palavra “Eu”, neste capitulo, dá-nos a indicação da causa do fracasso. “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7.19). Na mente deste homem havia um conceito fundamental errado: pensava que Deus lhe pedia que guardasse a Lei, de modo que, evidentemente, procurou guardá-la. Deus, porém, não exigia tal coisa da parte de­le. Qual foi o resultado? Longe de fazer o que agradava a Deus, acabou fazendo o que Lhe desagradava. Nos seus próprios esforços para fazer a vontade de Deus, fa­zia exatamente o oposto daquilo que sabia ser a Sua vontade.” Livro A Vida Cristã Normal por Watchman Nee
[20] Cf. Êxodo 33:14, Isaías 30:15, Isaías 28:12, Jeremias 6:16.
[21] O Trabalho de Deus para restaurar o Descanso original: Quando o homem pecou, ele foi excluído do DESCANSO de Deus e Deus começou seu TRABALHO de resgate para restaurar o homem de volta para si mesmo. Num certo dia de Sábado onde Senhor Jesus debatia sobre a questão do Sábado com os fariseus, Ele disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” João 5:17 O que é este novo“TRABALHO” que Deus começou imediatamente depois de Adão e Eva pecaram? Em Gn 3:21 lemos que: “O Senhor Deus FEZ roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher.”
Este evento foi o início de um “TRABALHO” que continuou ao longo dos séculos, até que seu significado se tornasse plenamente revelado na morte de Cristo. A morte desse primeiro cordeiro (Ap 13:8), embora não mencionado como tal no relato de Gênesis, foi a sombra da grande verdade que, ao longo dos séculos seguintes, iria se tornar realidade em Cristo Jesus, a justificação pela fé. Ela apontava para a vida e morte vicária de Cristo pela humanidade perdida. Nu Adão e Eva estavam vestidos com roupas feitas a partir da pele do cordeiro – um inocente morto, trocando sua vida pela do pecador. Milênios mais tarde, Paulo iria colocar esta mesma verdade com estas palavras: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Coríntios 5:21,  “Pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram.” Gálatas 3:27
A obra da redenção foi o trabalho que Deus começou quando o homem pecou e foi expulso do descanso do Éden. Este trabalho continuará até que o homem seja plenamente restaurado ao verdadeiro descanso de Deus. (Hb 3:17 – 4:11) O Senhor Jesus é o nosso verdadeiro descanso sabático, e não um período de tempo de 24 horas. (Mateus 11:28).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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