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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

SACERDÓCIO REAL...


                                                             SACERDÓCIO REAL...

O propósito eterno de Deus exigiu que ele canalizasse toda a humanidade para Jesus Cristo S "Para em todas as cousas [Cristo] ter a primazia" (Colossenses 1:18).  Por um lado, a lei foi designada para convencer o homem do pecado e mostrar-lhe a necessidade de eliminar o seu pecado, porém essa lei foi divinamente projetada para não conseguir providenciar tudo o que o homem realmente necessitava.  A sabedoria de Deus sabia que isso faria o homem ansiar por um sistema melhor.

Debaixo da lei mosaica, o povo ficava distanciado de Deus pelos sacerdotes, os quais ficavam entre Deus e o homem.  O sacerdote era um mediador que ensinava a lei, mas principalmente oficiava os cultos religiosos dos israelitas.  Os sacerdotes só podiam vir da tribo de Levi.  No entanto, o simples fato de alguém ser levita não fazia dele um sacerdote.  Para atuar como sacerdote, era necessário o chamado de Deus.  "Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão" (Hebreus 5:4).  Então, ser sacerdote era uma honra especial, e os que desempenhavam essa função eram diretamente chamados por Deus.  Embora os demais levitas desempenhassem trabalhos importantes na vida religiosa de Israel, não eram sacerdotes.

Em segundo lugar, os sacerdotes da ordem levítica eram consagrados ou separados por Deus para esse trabalho especial (Êxodo 28:1-4).  Isso significa que eram santos, não devendo ser considerados comuns.  Deus até mesmo mandou que usassem "vestes santas" quando estivessem ocupados com as funções sacerdotais, e, antes de servirem a Deus no santuário, tinham de fazer purificação cerimonial, ofertas, unção e aspersão do sangue.

Além disso, para que alguém fosse sacerdote, essa pessoa precisava não só ser da tribo de Levi, ser chamada por Deus para o trabalho e ser consagrada, mas tinha de estar isenta de deformidades físicas e de outras contaminações (veja Levítico 21).  Ainda que uma pessoa preenchesse alguns dos outros requisitos, se fosse cega, coxa ou de algum modo deformada, não podia atuar como sacerdote.

Então, vemos que os que eram sacerdotes no sistema do Antigo Testamento eram especiais, santos e sem deficiências.  Somente com a ordem de Deus eles intervinham na oferta de sangue de animais sacrificados pelos pecados do povo.

Mas ainda havia uma grande deficiência no uso desses homens para oferecer sacrifícios a favor da nação israelita (veja Hebreus 8:7-8).  A deficiência era esta: os próprios sacerdotes eram pecadores.  Na verdade, eles só podiam exercer as suas funções sacerdotais após sete dias completos de purificação cerimonial, durante os quais a "expiação" era feita por causa do pecado deles.

Outro sério problema era que os sacrifícios que ofereciam pelo povo não podiam eliminar o pecado:  "Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hebreus 10:4).  Debaixo do sistema transitório da lei, Deus aceitava sacrifícios de animais como substituto do único sacrifício que poderia realmente eliminar o pecado S a vida do Filho de Deus, que não tinha pecado.

Além dessas outras deficiências, os sacrifícios tinham de ser oferecidos repetidas vezes S "Faz-se recordação de pecados todos os anos" (Hebreus 10:3).  Ficamos perplexos quando lemos o Antigo Testamento com detença e vemos os vários sacrifícios que tinham de ser oferecidos pelos sacerdotes a favor de cada israelita, e a freqüência com que tinham de ser oferecidos.

No Dia da Expiação, dois bodes eram escolhidos: um para ser morto pelo Sumo Sacerdote e oferecido sobre o altar como oferta pelo pecado; o outro, para ser solto no deserto ("azazel", que significa "retirada") S o bode expiatório.  Esses dois atos apontavam para um período em que os pecados dos homens seriam realmente retirados pelo sangue do Filho de Deus que não tinha pecado (Efésios 1:7; 1 Pedro 1:19), quando ele tomasse sobre si os nossos pecados e morresse em nosso lugar (1 Pedro 2:24).

O sistema de sacerdócio do Antigo Testamento era apenas um tipo do futuro. Havia de chegar o tempo em que todo o povo de Deus seria "sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo" (1 Pedro 2:5).  Nesse dia vindouro, em direção do qual toda a humanidade se dirigia, o Sumo Sacerdote perfeito, que haveria de vir, não teria de oferecer um sacrifício a seu próprio favor, pois ele não tinha pecado algum (Hebreus 9:14); jamais teria de repetir a oferta, pois só precisava ser oferecida uma vez (Hebreus 9:25-26, 28; 10:12); e ele derramaria o sangue do único Cordeiro que poderia verdadeiramente tirar "o pecado do mundo" (João 1:29; Hebreus 9:12).

Louvemos a Deus pelo fato de que "nos constituiu reino, sacerdotes" (Apocalipse 1:5) e que "a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre" (Hebreus 7:28).  Na verdade, o sacerdócio do Antigo Testamento clamava por algo melhor; e, no propósito eterno de Deus, o sacerdócio melhor estava por vir.  Somos eternamente gratos que "possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem" (Hebreus 8:1-2).

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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