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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

DEUS É A MINHA JUSTIÇA.


                                                DEUS É A MINHA JUSTIÇA.
O homem pecou e que a salvação de Deus é baseada no fato de o homem ter pecado. Se o homem não tivesse pecado, não haveria necessidade de salvação. Uma vez que o homem pecou, Deus deu a lei para mostrar-lhe que ele pecou. A lei de Deus veio ao mundo a fim de que as transgressões humanas abundassem. No princípio, o homem tinha apenas pecado; ele não tinha transgressões. Mas quando a lei veio, o homem não só possuía pecado, mas também transgressões. Após transgredir, o homem percebe que é um pecador. Graças ao Senhor, porque apesar de termos pecado e transgredido, Deus, que é amor, propôs-se a dar-nos graça e misericórdia. Ele propôs fazer algo para nós a fim de resolver os problemas que não podemos resolver por nós mesmos.
Neste capítulo, contudo, devemos ver algo mais. Apesar de Deus nos amar e mostrar-se misericordioso para conosco e apesar de pretender plenamente nos dar graça, há algo que torna muito difícil para Deus fazê-lo. Deus não pode conceder-nos graça instantaneamente; Ele não pode dar-nos vida eterna diretamente. Há um dilema que Deus deve resolver antes de poder conceder-nos graça. O problema, o qual a Bíblia menciona frequentemente, é a própria justiça de Deus.
A expressão justiça de Deus tem confundido muitos teólogos há séculos. Se lermos a Bíblia sem conceitos nocivos ou noções preconcebidas, Deus nos mostrará o que é a Sua justiça. Podemos ver essa questão claramente sem muita dificuldade. Neste capítulo, desejamos ver, pela graça de Deus, o que é a justiça de Deus. Em outras palavras, esperamos ver a dificuldade que Deus encontra quando Ele nos salva.
Sua Salvação Combinada com Sua Justiça
Se Deus vai salvar-nos, Ele deve fazê-lo de modo que combine ou se ajuste a Ele mesmo. Se Deus vai dar-nos salvação, Ele não pode dar-nos de maneira que contrarie Sua natureza, Seu método e Sua maneira. Somos pecadores cheios de transgressões e, por isso, não temos nenhuma noção de justiça. Se quiséssemos ser salvos, provavelmente usaríamos todos os meios possíveis, quer retos ou tortuosos, bons ou maus. Tentaríamos mil e uma maneiras para sermos salvos. Desde que sejamos salvos de alguma maneira, isso já nos basta. Não nos preocupamos se o procedimento é adequado ou se o método está certo. Desde que sejamos salvos, estamos satisfeitos. Nem mesmo atentamos de onde vem a salvação e se está ou não certa. Nesse sentido somos como ladrões. O que preocupa um ladrão é conseguir dinheiro. Ele não se preocupa de onde o dinheiro vem. Desde que ganhe dinheiro, fica satisfeito. Ele não tem o conceito do certo e do errado; ele não tem o conceito de justiça e de injustiça. Mas devemos perceber que a salvação não é somente uma questão de sermos salvos, mas de Deus salvar-nos. Embora desejemos ser satisfeitos não importando como somos salvos, Deus não pode dizer que tudo o que implica na salvação se resume em salvar-nos, sem se importar se a maneira pela qual somos salvos está correta ou não. Deus, sem dúvida, deseja dar-nos graça e salvar-nos. Indubitavelmente, Ele quer dar-nos Sua vida. Deus é cheio de amor, e Ele está mais do que desejoso de que sejamos salvos. Mas se Deus vem salvar-nos, Ele tem de fazê-lo de modo excelente. Por isso, o fato de Deus nos salvar é um grande problema. Deus realmente deseja salvar os homens. Mas qual o método a ser usado por Ele para que o homem possa ser salvo da maneira justa? Que método há que seja o mais racional? Que método há que se compare com Sua própria dignidade? É fácil ser salvo, mas é difícil ser salvo justamente. Eis por que a Bíblia fala muito sobre a justiça de Deus. Ela nos diz repetidamente que Deus salva o homem de maneira compatível com Sua justiça.
Que é a justiça de Deus? A justiça de Deus é o modo de Deus agir. Amor é a natureza de Deus, santidade é a disposição de Deus e glória é o próprio ser de Deus. Justiça, no entanto, é o proceder de Deus, Sua maneira e Seu método. Uma vez que Deus é justo, Ele não pode amar o homem meramente conforme o Seu amor. Ele não pode conceder graça ao homem meramente conforme Ele quer. Ele não pode salvar o homem meramente conforme o desejo do Seu coração. É verdade que Deus salva o homem porque o ama. Mas Ele deve fazê-lo de um modo que esteja de acordo com Sua justiça, Seu proceder, Seu padrão moral, Sua maneira, Seu método, Sua dignidade e Sua majestade.
Sabemos que para Deus é fácil salvar o homem. Mas não é fácil para Deus salvá-lo de maneira justa. Apenas imagine quão fácil seria para Deus salvar-nos se a questão da justiça não fosse um problema. Não haveria dificuldade alguma. Se Deus não nos amasse, nada poderia ser feito por nós e tudo seria sem esperança. Mas Deus nos amou e teve misericórdia de nós. Além disso, Ele pretende dar-nos graça. Se a justiça não contasse, Deus poderia dizer: “Você pecou? tudo bem, apenas não cometa o erro novamente”. Deus, assim, poderia ignorar nossos pecados. Ele poderia dispensar-nos e mandar-nos embora. Se Deus não julgasse o pecado do pecador e tratasse seus pecados conforme a lei, mas perdoasse descuidadamente, onde então estaria Sua justiça? Aqui reside a dificuldade.
Algum tempo atrás, um irmão se envolveu numa questão complicada e foi posto na prisão pelo governo. Eu sabia que, embora ele não estivesse completamente sem culpa, o erro era realmente de outra pessoa. Por causa disso, quis ajudá-lo. Fui até Nanquim e conversei com algumas pessoas que estavam envolvidas no caso. Eu lhes falei sobre a situação e pedi-lhes que ajudassem em alguma coisa. Éramos nove ali e todos éramos muito ocupados. Tivemos nove reuniões num período de onze dias, tentando descobrir um modo de ajudar aquele homem. Finalmente, todas essas pessoas admitiram que tinham a maneira e a autoridade para livrá-lo, mas não poderiam fazê-lo sem incriminar a si mesmos. Então, tivemos de achar um modo de libertar o homem que fosse, ao mesmo tempo, legal.
Sem dúvida alguma, Deus é cheio de amor para conosco. Deus quer salvar-nos. Mas Ele também deseja fazê-lo legalmente. Se não nos salvar legalmente, Ele não pode salvar-nos de maneira nenhuma. O amor de Deus é limitado por Sua justiça. Deus não pode agir contrariamente a Si próprio e declarar irresponsavelmente que nossos pecados estão apagados, que tudo está bem e que podemos considerar-nos livres. Se Deus nos perdoasse de modo irresponsável, que lei, que justiça e que verdade seriam deixadas no universo? Tudo isso estaria acabado.
É verdade que Deus nos quer salvar, e é verdade que precisamos ser salvos. A questão é se há ou não injustiça em sermos salvos. Há muitos hoje que aceitam subornos e são parciais por causa dos relacionamentos particulares. Eles sempre ajudam os outros, e os outros sempre recebem benefícios deles; mas todos concordamos que essas pessoas não são adequadas. Elas não são justas, mas corruptas. Elas podem ter muito amor, mas o que fazem não é correto. Deus não pode salvar-nos à custa de se envolver em injustiça. Deus deve salvar-nos preservando Sua justiça. Para Deus é importante salvar-nos, mas deve fazê-lo de acordo com Sua justiça. Deus poderia salvar-nos imediatamente com Seu amor. Mas também deve salvar-nos de maneira muito justa.
Como isso pode ser feito? Para Deus não é uma questão fácil salvar-nos sem violar Sua justiça. Como pode Deus justificar pecadores sem cometer injustiça? Como pode Deus salvar pecadores sem envolver-se em injustiça? Como Deus pode perdoar nossos pecados de maneira justa? Deus quer salvar-nos, mas Ele quer que sejamos capazes de dizer ao mesmo tempo que recebemos Sua vida e fomos salvos porque Ele nos justificou da maneira mais justa.
A Salvação de Deus para a Demonstração da Sua Justiça
Há um livro na Bíblia, o livro de Romanos, que nos diz como Deus trata especificamente com esse problema. Vejamos Romanos 3:25-26, começando com a segunda parte do versículo 25: “Para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”. Aqui tenho de acrescentar uma palavra. Algumas versões cometem um erro ao traduzir o versículo 25. Elas traduzem: “Para declarar Sua justiça para a remissão de pecados passados, pela tolerância de Deus”. Mas a palavra para não deveria ser usada nesse versículo. Em vez disso, deveria dizer: “Para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos”. Além disso, no versículo 26, a palavra e deveria ser entendida como união de duas coisas que ocorrem ao mesmo tempo. Assim, esta sentença deveria ser entendida desta maneira: “Para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”. Enquanto Deus justifica os que crêem em Jesus, Ele demonstra ser justo, e o homem deve reconhecê-Lo como justo.
O versículo 25 trata de problemas passados; o versículo 26 trata de problemas presentes. Os problemas passados referem-se ao povo da época do Antigo Testamento. Os problemas presentes relacionam-se ao povo da época do Novo Testamento. O versículo 25 trata de questões do Antigo Testamento. O versículo 26 trata de questões do Novo Testamento. As pessoas da época do Antigo Testamento transgrediram a lei por quatro mil anos. Elas eram cheias de pecados e transgressões. Mas Deus não as destinou à perdição ou destruição imediata. Naqueles quatro mil anos, dia após dia, Deus tolerou e deixou impunes os pecados previamente cometidos. Não vemos o lago de fogo imediatamente após o jardim do Éden. Embora Deus dissesse ao homem que no dia em que ele comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal certamente morreria (Gn 2:17), quando Adão comeu o fruto, ele não foi imediatamente para o lago de fogo. Por quê? Porque Deus deixou impunes os pecados da época do Antigo Testamento; Ele exerceu Sua tolerância sobre eles. Deus tolerou e deixou impunes os pecados cometidos pelo homem no passado. Mas uma questão se levanta imediatamente: Deus foi justo ao tolerar e deixar impunes os pecados humanos no Antigo Testamento? Qual foi o propósito de Deus em fazer isso? Na verdade, ao deixar impunes os pecados do homem e tolerá-los, Deus estava manifestando Sua justiça.
Deus não quer que pensemos que após sermos salvos, nossa salvação é ilegal. Deus não gostaria que o homem acolhesse tais críticas. Deus quer mostrar-nos que nada há de ilegal ou injusto em Seus caminhos. Quanto aos pecados da época do Antigo Testamento, Ele diz que Sua tolerância e Sua indulgência foram para demonstrar a Sua justiça. Quanto aos pecados da presente era, Ele diz que o que é feito é também para demonstrar Sua justiça. Deus deseja que ao justificar os que crêem em Jesus, Ele seja reconhecido como O justo.
A salvação de Deus não é “mercadoria contrabandeada”. Deus quer que a nossa salvação venha pela “porta da frente”. Nossa salvação tem de ser correta e adequada. Ele não permitirá que ninguém diga que a nossa salvação é inadequada. Ele não oferece uma salvação fraudulenta. Uma salvação fraudulenta é rejeitada por Deus. A intenção de Deus é salvar-nos, mas Ele quer fazê-lo de maneira a estar relacionada com Sua natureza, Seu padrão moral, Sua dignidade, Sua lei e Sua justiça. Deus não pode salvar-nos ilegalmente.
Aqui temos um problema. Se Deus estivesse disposto a usar todos os meios possíveis para nos salvar e se ignorasse totalmente a questão da justiça, Ele poderia dizer a qualquer pessoa: “Vai, você está livre”. Há homens que são tolamente bons. Se Deus dissesse isso, Ele seria um Deus tolamente bom. Deus jamais poderia ser assim. Se Deus não amasse você, seria fácil — Ele simplesmente o deixaria morrer e perecer quando pecasse. Mas Ele não pode permitir que isso aconteça, porque o ama. O problema é que o pecado do homem e o amor de Deus aqui estão juntos. Agora, quando a justiça é adicionada a esses dois, a salvação se torna a coisa mais difícil sobre a terra. Se o homem não tivesse pecado, tudo estaria bem; e se Deus não nos amasse, também não haveria problema. Se alguém comete um crime e deve morrer, isso nada tem a ver comigo se eu não o amo. Hoje muitos estão presos para ser executados. A questão significa pouco para mim se eu não os amo. Ser-me-ia difícil somente se os amasse e quisesse salvá-los. Se eles não tivessem pecado, a questão seria fácil de tratar. E se não os amasse, a questão também seria fácil de controlar. Além disso, se eles pecaram e os amo, mas não tenho justiça, a questão ainda pode ser tratada facilmente; posso controlá-la irresponsavelmente por meio de suborno. Mas, se sou uma pessoa justa, não posso recorrer a tais métodos fraudulentos e impróprios. Não os libertaria ilegalmente. Se vou salvá-los, tenho de fazê-lo corretamente. Levar a cabo tal salvação se torna a mais difícil tarefa em toda a terra. Estas três questões — amor, pecado e justiça — não podem coexistir facilmente. O amor é um fato; o pecado também é um fato e a justiça é uma necessidade. Por esses três estarem juntos, Deus deve vir com uma maneira de nos salvar e de satisfazer Seu coração de amor, enquanto, ao mesmo tempo, de preservar a Sua justiça. Cumprir tal obra seria deveras uma obra-prima. Aleluia! A salvação que Deus nos preparou em Seu Filho Jesus é tal obra-prima. Ele é capaz de nos salvar de nossos pecados e demonstrar Seu amor, e é capaz de fazê-lo da maneira mais justa. Isso Ele faz pela obra redentora do Senhor Jesus.
A Vinda de Cristo COMO a Exigência de Deus em Justiça
A vinda do Senhor Jesus Cristo à terra foi a exigência de Deus em justiça; não foi a exigência de Deus em graça. Essa é uma palavra muito séria. Se houvesse amor sem justiça, o Senhor Jesus não teria necessidade de vir à terra e a cruz teria sido desnecessária. Por causa do problema da justiça, o Senhor Jesus teve de vir. Sem justiça, Deus poderia salvar-nos do modo que quisesse. Ele poderia ignorar nossos pecados ou perdoá-los levianamente. Ele poderia adotar uma atitude permissiva em relação aos nossos pecados ou ficar completamente alheio a eles. Se Deus dissesse: “Já que todos pecaram, desta vez Eu deixo passar; apenas não pequem novamente”, não haveria necessidade nenhuma para um Jesus de Nazaré no primeiro plano. Além da exigência da justiça, não era necessária a vinda de Jesus de Nazaré. A vinda de Jesus de Nazaré foi uma exigência da justiça.
Quando o pecado entrou no mundo, o governo de Deus foi danificado. Sua ordem determinada no universo foi quebrada; Sua glória foi esmagada; Sua santidade foi profanada; Sua autoridade foi rejeitada e Sua verdade foi distorcida. Quando o pecado entrou no mundo, Satanás riu e os anjos testificaram que o homem tinha falhado e caído. Se Deus tivesse de julgar o pecado sem misericórdia, Ele agiria sem amor. Mas, se Ele ignorasse os pecados do homem sem julgá-los, Ele agiria sem justiça. Porque Deus ama ao mundo e ao mesmo tempo é justo, Ele teve de enviar o Senhor Jesus até nós. Por ser justo, Ele teve de julgar o pecado. Porque Ele é amor, Ele teve de suportar o pecado do homem em seu lugar. Devo enfatizar essas duas declarações: Deus deve julgar porque é justo. E Deus sofre o julgamento e a punição devidos ao homem, porque Ele é amor. Sem julgamento, não vemos justiça; com julgamento, não vemos amor. Contudo, o que Ele fez foi suportar o julgamento em nosso lugar. Dessa forma, Ele manifesta tanto Seu amor como Sua justiça em Jesus Cristo.
A Cruz Manifesta a Justiça e o Amor de Deus
Assim, a cruz está onde a justiça de Deus é manifestada. A cruz nos mostra o quanto Deus odeia o pecado. Ele está determinado a julgar o pecado. Ele estava disposto a pagar preço tão alto como o de ter Seu Filho pregado na cruz. Deus não estava disposto a desistir de Sua justiça. Se Deus estivesse disposto a esquecer Sua justiça, a cruz teria sido desnecessária. Por não estar disposto a abandonar Sua justiça, Deus preferiu que Seu Filho morresse.
A cruz também é o lugar onde o amor de Deus é manifestado. O peso dos nossos pecados deveria estar sobre nós. Se não o suportamos, é injusto. Mas suportar tal carga é demais para nós. Por isso Ele veio e a carregou por nós. O fato de Deus dispor-se a suportar a carga mostra-nos Seu amor. O fato de Deus ter, na verdade, suportado tal fardo, demonstra a Sua justiça. Deus fazer-nos levar a punição é justiça sem amor. Deus não nos fazer levar a punição é amor sem justiça. Por Ele tomar a punição e levá-la por nós, há tanto justiça como amor. Aleluia! A cruz cumpre tanto a exigência da justiça, como a exigência do amor. Nossa salvação hoje não é “mercadoria contrabandeada”; não a recebemos de modo fraudulento ou impróprio. Nós não fomos salvos ilegalmente. Fomos salvos de modo claro e definitivo por meio do julgamento.
Para nós, o perdão é gratuito, mas para Deus não há tal coisa como perdão gratuito. Para Ele, o perdão vem somente após a redenção dos pecados. Por exemplo, se você infringir a lei, e o tribunal exigir que pague uma multa de mil dólares, você deve pagar a multa para que seu caso seja encerrado. Da mesma maneira, fomos salvos somente após sermos julgados na cruz. Nossa salvação vem após sofrermos o julgamento pelo pecado em Cristo. É uma salvação que vem apenas mediante o julgamento. Aleluia! Nós fomos julgados; então, depois disso, fomos salvos. O amor de Deus está aqui e a justiça de Deus também está aqui.
Deixe-me dar uma ilustração. Suponha que haja um irmão que seja milionário e que eu seja um de seus devedores. Digamos que eu lhe deva grande soma em dinheiro, quantia tão grande quanto os dez mil talentos mencionados no livro de Mateus (18:24). Quando tomei emprestado o dinheiro dele, assinei uma nota promissória. Na nota, a quantidade e o vencimento estão claramente estabelecidos, bem como os termos e as condições da penalidade. Suponha que agora eu vá até ele e diga: “Gastei todo o dinheiro que tomei emprestado de você, e é-me impossível ganhá-lo e pagá-lo a você num momento de crise econômica como este. Estou com dificuldade até para conseguir comida e sobreviver. Por favor, tenha misericórdia e me libere. Devolva-me a promissória”. Se eu implorar dessa maneira, ele pode devolver-me a nota? A promissória contém exatamente a quantidade que lhe devo e a época em que devo pagar. Esse é um contrato que não somente eu devo cumprir, mas ele tem de honrar da mesma forma. Como devedor, tenho a responsabilidade de pagá-lo dentro do prazo estipulado. Como credor, ele também tem uma responsabilidade a cumprir, isto é, de devolver-me a promissória somente após receber o dinheiro. Se ele me devolver a nota antes de receber o dinheiro, mesmo que o faça por amor e em consideração a mim, ele não está sendo justo. Porque nós, seres humanos, somos simplesmente injustos e estamos acostumados a atitudes injustas, raramente nos ocorre que o perdão gratuito seja uma forma de injustiça. Mas Deus não pode fazer algo injusto. Se Deus nos perdoasse gratuitamente, Ele seria injusto. Além do mais, voltando à ilustração, suponhamos que esse irmão me devolva a nota promissória sem receber o dinheiro. Isso vai afetar-me de modo negativo. Quando tiver dinheiro, irei usá-lo indiscriminadamente. Terei descoberto que posso usar o dinheiro dos outros fácil e levianamente. Assim, esse perdão gratuito do irmão é injustiça para com ele e uma má influência para mim.
Agora, suponha que esse irmão seja justo, mas não queira que eu lhe pague. Que ele pode fazer? Deixe-me contar-lhe o que fiz numa situação semelhante. Certa vez alguém foi até minha casa pedir-me dinheiro emprestado. Ele era um cristão nominal. Então lhe disse que, de acordo com a Bíblia, os cristãos não devem tomar dinheiro emprestado. Mas assim mesmo ele suplicou-me que lhe emprestasse dinheiro. A princípio, resolvi simplesmente dar-lhe o dinheiro; mas sabia que ele era irresponsável com o dinheiro dos outros, porque alguns irmãos me haviam alertado e dito que essa pessoa freqüentemente pedia dinheiro emprestado aos irmãos, e advertiram-me a não lhe emprestar coisa alguma. Então, numa segunda consideração, decidi a não simplesmente dar-lhe o dinheiro, mas em vez disso, emprestar-lhe. Quando lhe entreguei a quantia que me pediu, perguntei-lhe quando iria devolvê-la. Eu o pressionei por uma data de pagamento, embora soubesse que a quantia nunca seria restituída. Pedir emprestado era um hábito dele; era sua vida. Mas não podia dizer-lhe que não esperava que ele pagasse, pois isso seria um convite para mais empréstimos. Assim, estabeleci uma data de pagamento. Quando chegou o dia, propositadamente escrevi-lhe uma carta, lembrando-o de que a data havia chegado. Após receber minha carta, ele veio ver-me. Mas antes que pudesse falar muito, eu o interrompi e lhe disse que fosse para casa e encontrasse com sua esposa, pois ela tinha algo a dizer-lhe. Assim, ele foi para casa. Na verdade, antes que viesse ver-me, eu levei à sua casa a quantia exata que ele me devia e a dei à sua esposa. Disse-lhe que quando seu marido voltasse para casa, ela deveria dizer-lhe que eu lhe havia mandado a soma do dinheiro do pagamento de sua dívida. Quando o marido chegou em casa, a esposa lhe disse o que eu havia falado. Então ele abriu o pacote e encontrou a quantia exata de seu débito. Ele então entendeu o que fazer. Voltou à minha casa e me devolveu o dinheiro. Nesta atitude, você pode ver o amor e a justiça. Se este homem tivesse sido forçado a me pagar, não teria havido amor. Mas se não o autorizasse a pagar, eu teria sido injusto, pois eu havia dito claramente que o dinheiro lhe havia sido dado como empréstimo. Não apenas teria sido injusto em mim mesmo, como também teria exercido má influência sobre ele. Numa próxima vez, ele teria sido mais irresponsável. Assim, eu fiz o que fiz.
Devemos a Deus “dez mil talentos”, mas não temos como restituí-lo. Agora, Deus está fazendo a mesma coisa conosco. Porque nos ama, Ele não pode pedir-nos que o paguemos. Mas porque é justo, Ele não nos dirá que não precisamos pagar. Para nós, é impossível restituí-Lo. No entanto, para Deus é injusto liberar-nos de nossa obrigação. Louvamos ao Senhor porque Ele veio para nos dar o “dinheiro” a fim de que possamos pagar-Lhe o que devemos. O cobrador é Deus e o pagador também é Deus. Sem cobrar, não há justiça; mas se tivermos de pagar, não há amor. Agora, o próprio Deus é o cobrador; assim, a justiça é mantida. E o próprio Deus também é o pagador; assim, o amor é mantido. Aleluia! O cobrador é o pagador. Esse é o significado bíblico da redenção dos pecados.
Dessa forma, Jesus, o Nazareno, veio e levou nossos pecados em Seu corpo na cruz. O próprio Deus veio carregar os nossos pecados. Nossos pecados foram julgados por Deus na pessoa de Jesus Cristo. O sangue do Senhor Jesus derramado na cruz é a prova desse julgamento. Nós nos achegamos a Deus por esse sangue. Por intermédio do Senhor Jesus, dizemos a Deus que fomos julgados. Agora, devolvemos-Lhe o que o Senhor Jesus pagou por nós. É verdade que pecamos. Mas não somos irresponsáveis; houve o julgamento. É verdade que tínhamos um débito. Mas não estamos fugindo dele; o débito já foi pago. Temos o sangue, que significa a salvação realizada pelo Senhor Jesus, como prova de quitação de que Deus pagou nosso débito a Si Mesmo. Eis por que o sangue no Antigo Testamento era aspergido sete vezes no interior do véu. É por isso que ele tinha de ser levado até o propiciatório sobre a arca. Deus tem de perdoar todos os pecadores que vêm a Ele pelo sangue do Senhor Jesus. Não há outra maneira de sermos perdoados por Ele.
Voltemos à ilustração anterior. Suponha que eu tenha tomado emprestado de um irmão dez mil talentos de prata e não tenha dinheiro para pagá-lo. Um dia, ele vai à minha casa e diz: “Você me deve dez mil talentos de prata. Agora, precisa devolver-me. Não sou uma pessoa irresponsável ou negligente. Tudo o que faço, faço seriamente. Você tem de pagar-me. Agora, aqui estão dez mil talentos de prata. Leve isso à minha casa amanhã e pague seu débito. Assim, você pode pegar sua nota promissória de volta”. Eu deveria esperar que indo à sua casa com o dinheiro no dia seguinte, poderia resgatar a promissória. Mas suponha que após devolver-lhe o dinheiro, ele diga que, porque o dinheiro me fora dado no dia anterior, ele não me devolverá a nota. Ele pode fazer tal coisa? Quando eu lhe der o dinheiro, será que ele tem o direito de não me devolver a nota promissória? Não. Ele tinha o direito de não me dar o dinheiro no dia anterior. Se ele não me tivesse dado o dinheiro, no máximo, eu poderia dizer que ele não me ama. Não posso dizer nem uma palavra a mais. Mas se ele me deu o dinheiro, e eu o paguei, ele seria injusto se ainda mantivesse a nota; não é simplesmente uma questão de não me amar. Se ele for justo, ele tem de me dar a nota quando lhe devolvo o dinheiro.
Deus é Obrigado a Perdoar-nos por Causa da Justiça
Portanto, antes de o Senhor Jesus vir à terra e ser morto na cruz, seria correto Deus recusar-se a nos salvar. Deus podia não nos salvar. Se Deus não nos tivesse dado Seu Filho, tudo o que podíamos dizer era que Deus não nos amava. Nada poderíamos dizer além disso. Mas porque Deus verdadeiramente nos deu Seu Filho e pôs nossos pecados sobre Ele a fim de que pudéssemos ser redimidos de nossos pecados, Deus nada pode fazer senão perdoar nossos pecados quando nos achegamos a Ele por meio do sangue do Senhor Jesus e mediante Sua obra. Aleluia! Deus tem de perdoar nossos pecados! Você percebe que Deus é obrigado a nos perdoar? Se vai a Deus por intermédio de Jesus Cristo, Deus é obrigado a perdoar seus pecados. Foi amor que levou Seu Filho à cruz, mas foi justiça o que levou Deus a nos perdoar.
João 3:16 diz: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito”. Por amor, Deus nos deu Seu Filho Unigênito. Mas em 1 João 1:9 é dito: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. A obra da cruz foi cumprida para nós mediante o amor de Deus. Mas hoje quando vamos a Deus por meio da obra consumada de Jesus Cristo, Deus tem de nos perdoar baseado em Sua fidelidade e justiça.
Assim, se o Senhor Jesus não tivesse vindo, Deus estaria desobrigado de nos salvar. Mas agora que o Senhor Jesus foi morto, mesmo que Deus não tivesse prazer em salvar-nos, rigorosamente falando, Ele ainda teria de fazê-lo. Se Ele recebesse o dinheiro poderia recusar-se a devolver a nota promissória? Deus não pode ser injusto, porque se for injusto, Ele próprio se torna um pecador. Por isso, Deus é obrigado a perdoar a todos os que vêm a Ele por meio do sangue do Senhor Jesus. Aleluia! Deus não pode recusar-se a perdoá-los. Quero gritar que isso é o evangelho! Uma vez que Deus nos deu Seu Filho, Ele se comprometeu. Você pensa que podemos restituir a Deus agora? Hoje, por meio do Senhor Jesus, não apenas podemos pagar a Deus, mas temos mais do que precisamos para pagá-Lo. Temos um excedente; pois onde o pecado é abundante, a graça é superabundante. O pecado é abundante. Mas a graça no Filho de Deus é mais abundante, até mesmo superabundante. Por essa razão é que unicamente por meio do Senhor Jesus podemos ser salvos.
Cada um deve admitir que não há nada injusto com Deus quando vamos a Ele por meio do Senhor Jesus e quando Ele nos dá vida e perdoa nossos pecados. O nosso coração nunca pode dizer que Deus, ao perdoar nossos pecados, salvou-nos ilicitamente quando deixou impunes nossos pecados, tolerando e justificando aos que crêem em Jesus. Nunca podemos dizer que Deus lidou irresponsavelmente com nossos pecados. Pelo contrário, devemos dizer que Deus nos salvou do modo mais justo. Nossa salvação é uma salvação adequada e íntegra. Os nossos pecados foram julgados; portanto, fomos salvos. Ninguém pode dizer que Deus nos salvou adotando procedimentos injustos. Antes, devemos dizer que Deus nos salvou pelos mais justos procedimentos.
A JUSTIÇA DE Deus MANIFESTADA À PARTE Da LEI
Agora vamos voltar a Romanos 3. Os versículos 19 a 26 são uma passagem bastante difícil na Bíblia. Mas após termos visto sobre a justiça de Deus e a justiça que o Senhor Jesus cumpriu, Romanos 3:19-26 é maravilhoso. O versículo 19 diz: “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz, para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus”. Por que Deus deu a lei ao homem? Ela foi dada para que o homem nada tivesse a dizer diante de Deus, para que toda boca pudesse ser fechada. Deus quer mostrar ao homem que todos são pecadores e que todos pecaram. Não há um que seja bom. O versículo 20 diz: “Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”. O propósito final e máximo da lei de Deus foi mostrar ao homem que ele é um pecador. O propósito da lei não foi para que o homem fosse salvo por meio dela. A lei tem um tom totalmente condenatório. A lei diz que o homem deveria ser condenado, deveria morrer e deveria perecer.
Se a questão parasse aqui, não haveria evangelho e tudo estaria terminado. Mas a questão não pára aqui. O homem não pode viver pela lei, mas Deus tem outros meios. Se você não puder devolver o dinheiro, Deus tem outras maneiras para devolvê-lo por você. As duas primeiras palavras no versículo 21 são maravilhosas; elas demonstram uma grande virada nessa questão: “Mas agora”. Graças ao Senhor porque há essa virada! “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus”. A justiça de Deus foi originalmente manifestada na lei. Mas se esse fosse o caso agora, estaríamos condenados. Que significa dizer que a justiça de Deus foi manifestada na lei? Significa que tudo o que você devia a Deus, você tinha de pagar. Se pecasse, você tinha de perecer. Se transgredisse, você deveria ir para a perdição. Assim, a lei deveria manifestar a justiça de Deus. Punir os pecadores seria a atitude mais justa que Deus deveria ter. Mas, graças ao Senhor, a justiça de Deus não é mais manifestada na lei. Se Sua justiça fosse manifestada na lei, Deus teria de julgar os pecadores. Mas a justiça de Deus se manifesta sem lei, e sendo assim, o julgamento recai sobre o próprio Deus. O final do versículo 21 diz: “Testemunhada pela lei e pelos profetas”. Mesmo os profetas no Antigo Testamento, incluindo Davi e todos os outros profetas, testificaram a mesma coisa.
Como a justiça de Deus é manifestada? O versículo 22 diz: “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem; porque não há distinção”. Mas já que todos pecaram e carecem da glória de Deus (v. 23), como podemos obter a graça de Deus? Os versículos 24 e 25 dizem que somos “justificados gratuitamente (...) mediante a redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação”. Deus enviou Jesus para redimir-nos de nossos pecados e O propôs como propiciação. Creio que todos nós sabemos o que é o propiciatório. O propiciatório é a tampa da arca no tabernáculo do Antigo Testamento; foi o lugar onde Deus concedeu graça ao homem. Todo lugar na terra é manchado pelo pecado. Mas esse lugar, e somente esse lugar, é sem pecado. Agora Jesus tornou-se o propiciatório. Como Ele se tornou tal lugar? Por meio de Seu sangue como garantia. Deus propôs Jesus como o propiciatório e, agora, pelo sangue de Jesus, posso achegar-me a Deus por fé. Deus não pode fazer outra coisa senão derramar graça sobre mim. Somente após Deus ter feito isso, posso dizer que Sua tolerância e Seu deixar os pecados impunes no Antigo Testamento foram justos; e somente após Deus ter feito isso, posso dizer que o fato de justificar os que crêem em Jesus no Novo Testamento também é justo. Somos salvos hoje não porque Deus encobriu nossos pecados, mas porque Deus tratou com nossos pecados. Diante de Deus, não somos devedores perdoados, mas devedores quitados que estão perdoados.
Isso é algo muito precioso na Bíblia. Essa é a única maneira de nós, cristãos, podermos ter ousadia diante de Deus. Você já percebeu que por mais precioso que o amor seja ele nunca é confiável? Você não pode levar uma pessoa ao tribunal só porque ela não o amou por alguns dias. Num tribunal não há tal coisa como o amor. Mas se a injustiça ocorrer ou se o pecado surgir, a lei falará. Deus gosta de nos dar uma ajuda, algo para nos agarrarmos. Por meio de tal ajuda, nossa fé pode ser fortalecida e as promessas de Deus podem ser cumpridas em nós. Essa ajuda é o Senhor Jesus Cristo. Deus sabe que podemos duvidar; assim, Ele trabalha a fé em nós por intermédio de Seu Filho. Podemos dizer-Lhe: “Deus, uma vez que me deste Teu Filho e permitiste que Ele morresse, deves perdoar os meus pecados”.
Algumas vezes, ouvimos as pessoas orando: “Ó Deus, quero ser salvo. Por favor, salve-me! Pequei, mas estou determinado a ser salvo. Por favor, seja misericordioso para comigo e faça o Senhor Jesus morrer por mim”. Quando tais pessoas oram, elas podem chorar amargamente. Elas agem como se o coração de Deus fosse muito duro e crêem que antes que Deus possa perdoá-las ou voltar-lhes Seu coração, elas têm de chorar muito. Os que oram desse modo, não sabem o que é o evangelho. Se o Filho de Deus não tivesse vindo à terra, seu choro e súplica diante de Deus poderiam funcionar. Mas o Filho de Deus veio e o problema do pecado foi resolvido. A obra redentora na cruz foi cumprida. Quando as pessoas vão a Deus, não há mais necessidade de pobres lamúrias. Uma vez que Deus nos deu Seu Filho, Ele pode perdoar os pecados por meio do Filho. Ele é fiel para fazê-lo; Ele não está sendo mentiroso ao fazer isso. E Ele é justo ao fazê-lo; nada há de injusto aqui. Quando a justiça está envolvida, a fidelidade também está.
A maioria das pessoas hoje é ignorante; primeiro quanto à justiça de Deus e depois quanto ao fato de que o Senhor Jesus cumpriu a justiça de Deus. As pessoas não sabem que a justiça de Deus é manifestada sem lei. Elas ainda tentam exercer justiça diante de Deus. Elas são como o homem que deve dez mil talentos. Não há absolutamente como pagar o débito. O homem ainda tenta economizar alguns centavos descendo do bonde uma parada antes, esperando assim economizar para pagar sua dívida. Ele ainda está calculando, esperando economizar um pouco aqui ou ali, fazer isto ou aquilo, a fim de conseguir um pouco de dinheiro para pagar a dívida. Ele ainda quer dizer ao seu credor que embora deva dez mil talentos, tem alguns centavos consigo. Ele não percebe que a soma total já foi enviada à sua casa.
O homem não tem idéia do que Deus realizou por intermédio de Seu Filho. Por isso, o apóstolo Paulo nos diz qual atitude o homem deve tomar. Com respeito à justiça de Deus, precisamos atentar para duas passagens na Bíblia. A primeira passagem está em Romanos 10. Os versículos 3 e 4 dizem: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”. Eu amo estes dois versículos. Quando lemos tais versículos relacionados com o evangelho, nosso coração deve animar-se. Esses versículos dizem que os judeus não sabiam que a justiça de Deus tinha sido firmada; eles ainda estavam procurando estabelecer sua própria justiça. Eles faziam o máximo que podiam para ser bons, para trocar suas obras pela salvação e para trocar sua justiça pela vida e tudo o que Deus lhes tem dado. Mas Paulo disse que todos os que procuram estabelecer a sua própria justiça não se sujeitam à justiça de Deus. Não se sujeitar à justiça de Deus é não se sujeitar à obra que Deus cumpriu em Seu Filho Jesus. A justiça de Deus é consumada em Seu Filho Jesus. A cruz de Jesus é tanto uma manifestação do amor de Deus como o cumprimento da justiça de Deus. Na cruz de Jesus, a justiça de Deus foi cumprida. Se algum homem quiser estabelecer sua justiça hoje, ele estará negando a suficiência da obra do Senhor na cruz. Nunca pense que podemos acrescentar algo à obra que o Senhor Jesus cumpriu. Nunca pense que podemos ajudá-la ou remendá-la um pouco. Todos os que buscam estabelecer sua própria justiça não se sujeitam à justiça de Deus. Se alguém envia uma soma de dinheiro à minha casa para pagar um empréstimo que me fez e ainda tento economizar alguns trocados para saldá-lo, eu realmente estou desprezando o que ele me deu. Todos os que buscam estabelecer sua própria justiça estão blasfemando contra Deus.
Por que “o fim da lei é Cristo”? O fato de Cristo ser o fim da lei significa que Cristo inclui tudo o que a lei tem. Em outras palavras, Deus não lhe deu somente dez mil talentos; todo o dinheiro do mundo foi dado a você. Como pode você economizar uns poucos trocados? O fim da lei é Cristo. Como achará outra justiça maior? Se um homem é muito grande e ocupa toda a cadeira, será que você pode apertar-se com ele na mesma cadeira? O fim da lei é Cristo. Como você vai estabelecer sua justiça? Louvamos ao Senhor porque Ele nos deu o melhor! Gostaria de dizer uma palavra forte numa maneira mais reverente: Deus “esgotou” Sua onipotência em Seu Filho Jesus. O fim da lei é Cristo. Todo o que crer Nele deve receber justiça. Os que crêem em Jesus são obrigados a receber. Não há possibilidade de não receberem. Eu gosto dessa idéia. É impossível não sermos salvos. Deus nos deu Seu Filho, o qual não apenas possui o pouco que você necessita, mas possui todas as coisas. Deus nunca pode desamparar-nos, os que cremos em Seu Filho. Deus não tem como nos rejeitar. Todos os que vão a Deus por meio do Filho devem receber justiça. Não há o que discutir; a garantia é certa.
A outra passagem da Escritura é 2 Coríntios 5:21. Nós fomos salvos, mas ainda vivemos como humanos. É verdade que agora estamos salvos e que nossos pecados estão perdoados, mas que fazer enquanto vivemos na terra? Hoje somos todos cristãos e somos todos filhos do Senhor. Observando Seus filhos, Deus declara algo mais espantoso aqui: “Àquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós”. Deus fez o Senhor Jesus pecado. Originalmente, o Senhor Jesus era completamente sem pecado; Ele nada tinha a ver com o pecado. Agora, Deus O julgou enquanto julgava o próprio pecado. Deus O julgou dessa forma “para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”. Hoje, no Senhor Jesus Cristo, você e eu somos o exemplo da justiça de Deus. Quando as pessoas nos vêem, elas vêem a justiça de Deus. Porque o Senhor Jesus se tornou pecado por nós e carregou os nossos pecados para nos perdoar, nós, os pecadores, tornamo-nos agora a justiça de Deus no Senhor Jesus Cristo. Somos a justiça viva de Deus andando na terra. Em Cristo, somos os representantes da justiça de Deus.
Se você não sabe o que é a justiça de Deus, tudo o que precisa fazer é encontrar uma pessoa salva e dar uma boa olhada nela. Você então saberá o que é a justiça de Deus. Se quiser conhecer a justiça de Deus, basta encontrar um cristão e saberá que Deus não lida com os nossos pecados irresponsavelmente. Ele fez pecado Àquele que não conheceu pecado. Porque o Senhor Jesus morreu, a obra da redenção foi cumprida. Estarmos hoje no Senhor Jesus é uma expressão da justiça de Deus. Quando uma pessoa vê alguém que crê no Senhor Jesus, ela vê a justiça de Deus. Se alguém quiser conhecer a justiça de Deus, posso levantar-me e dizer: “Simplesmente olhe para mim. Deus me ama muito. Ele me ama ao máximo. Ele não é negligente com o pecado. Eis por que Ele levou o Senhor Jesus a morrer na cruz. Olhe para mim, um pecador salvo hoje. Eu sou uma amostra da justiça de Deus em Cristo”.
Hoje, nós proclamamos duas grandes verdades ao mundo. Todas as duas são o que o mundo desesperadamente necessita. A primeira é que Deus ama ao homem. Esse é um fato maravilhoso. Mas não é tudo. A outra grande verdade é que Deus em Sua justiça perdoou os pecados do homem. Agora o homem pode vir a Deus com toda intrepidez e cheio de fé, lembrando-O de que Ele perdoou seus pecados.
Finalmente, gostaria de fazer uma pergunta. Por que há a parábola do filho pródigo em Lucas 15? Parece que falta algo nessa parábola. Após o rapaz desperdiçar seus bens e voltar para casa, o pai realmente deveria amá-lo, mas deveria ter dito pelo menos algumas palavras de repreensão ao filho, talvez algo assim: “Você tomou todos os seus bens e os gastou; agora até seu estômago está vazio”. Mas o pai não disse nenhuma palavra como essa. Não é de se admirar que o filho mais velho dissesse algo. Até nós temos algo a dizer. Não é injustiça quando há pecado e ele não é tratado? Se Lucas 15 tivesse apenas a parábola do filho pródigo, concluiríamos que Deus não é justo, que Deus não julgou o pecado, mas que o encobriu. Na parábola do filho pródigo, não há algo como uma palavra de repreensão. Mas graças ao Senhor que há três parábolas em Lucas 15. A primeira é a parábola do pastor salvando a ovelha. A segunda é a da mulher procurando a dracma perdida. A terceira é a do pai recebendo o filho pródigo. Já na primeira parábola, temos o bom pastor dando sua vida pela ovelha. O Senhor Jesus já veio e morreu. O pecado do pródigo já foi julgado na primeira parábola. Em razão do que aconteceu na primeira parábola, há a segunda, na qual uma mulher acende uma candeia para procurar a dracma perdida. Uma vez que o Senhor Jesus cumpriu a salvação, o Espírito Santo pode vir iluminar-nos com Sua luz. Depois disso, o Pai não vê mais o problema do pecado. O problema do pecado foi esclarecido na parábola do pastor dando sua vida pela ovelha. E mais, a percepção interior foi iluminada na parábola da mulher acendendo a candeia. Os erros já foram percebidos. Quando o Pai vem, tudo o que Ele precisa fazer é dar as boas vindas ao pródigo. O Senhor Jesus perdoou nossos pecados. O Espírito Santo nos iluminou e nos convenceu do pecado, da justiça e do juízo. Assim, quando o Pai vem, a questão do pecado não precisa mais ser mencionada; Ele somente tem o trabalho de nos dar as boas-vindas. Nas duas parábolas anteriores, a justiça de Deus assim como Seu amor já se manifestaram.
Suponha que uma pessoa ainda não tenha se achegado a Deus, mas vê que é um pecador e reconhece que o Senhor Jesus julgou seus pecados. O bom Pastor levou seus pecados embora e o Espírito Santo o iluminou a respeito deles. Quando tal pessoa volta para casa, ela tem de perceber que a questão do pecado acabou para sempre; foi tratada na cruz. Lembre-se de que a casa do Pai não é lugar para se falar sobre pecado. Não é lugar para se falar sobre nosso desperdício. A cruz é o lugar para se falar sobre pecado; é o lugar para se falar sobre a nossa queda. Se você estiver em casa, Deus pode mui justamente não preferir falar sobre seus pecados. Podemos comer e beber para deleite de nosso coração. Podemos viver, usar as vestes mais caras, descansar e festejar para o deleite do nosso coração. Deus disse que uma vez estivemos perdidos, mas agora fomos achados; que uma vez estivemos mortos, mas agora voltamos para a vida. Não há mais problemas aqui. Aleluia! A graça de Deus é-nos suficiente. Desse modo, percebemos que a graça de Deus é fiel e justa.
A Justiça da Salvação
Uma coisa que devemos saber é que antes de o Senhor Jesus morrer, seria injusto Deus perdoar nossos pecados, mas depois da Sua morte seria igualmente injusto Deus não perdoar nossos pecados. Sem a morte do Senhor Jesus, o perdão de Deus seria injustiça de Sua parte; Ele nunca poderia fazê-lo. Com a morte do Senhor Jesus, Ele continuaria igualmente injusto se não quisesse perdoar. Por favor, lembre-se, uma redenção sem sangue é injusta. Por outro lado, quando alguém tem o sangue e lhe é negada a salvação, isso também é injusto.
Uma vez, fui com um irmão a Quiuquiam. Enquanto estávamos viajando no barco e partilhando a Palavra com outros, comecei a falar com uma pessoa sobre nossa fé. Ao mesmo tempo, nosso irmão falava com outra pessoa, que era muçulmana. Durante a conversa, nosso irmão perguntou ao homem se ele tinha algum pecado. O homem tentou dizer-lhe quão bom é o islamismo e quão grande foi Maomé. Mas nosso irmão disse: “Não estou lhe perguntando sobre essas coisas. Minha pergunta é esta: ‘Você tem algum pecado?’ Ele confessou que sim. Nosso irmão então lhe perguntou: “Então, que vai fazer sobre isso? Há algum modo de você ser perdoado?” O homem respondeu que se ele quisesse ser perdoado, tinha de sentir remorso no coração e fazer o bem, e fazer isto e aquilo e muitas outras coisas. Depois que o homem relacionou todas as coisas que deveria fazer, nosso irmão disse: “Este é exatamente o ponto da controvérsia. Você disse que quando alguém peca, o remorso pode trazer-lhe o perdão. Mas eu digo que quando alguém peca deve haver punição. Sem punição, não pode haver perdão. Você acha que um sentimento de remorso trará perdão a alguém. Mas digo que o perdão somente vem pelo julgamento. Se eu pecar nesta cidade e fugir para um país distante, posso ter remorso lá e praticar muita caridade. Posso ser um bom homem lá. Mas nada disso removerá meu pecado. Seu Deus é um Deus que perdoa sem julgamento. Mas meu Deus é um Deus que perdoa somente após julgar”. O muçulmano então perguntou: “Então, como você pode ser perdoado?” “É por isso que”, disse nosso irmão, “você precisa crer em Jesus. Somente crendo em Jesus você será perdoado. Seus pecados foram julgados no Senhor Jesus e quando crer Nele, você será perdoado”. Aqui está a justiça de Deus. Hoje os homens consideram se Deus é amor ou não. Eles não percebem que Deus não é apenas amor, mas Ele também é justo. Não é que Deus queira somente perdoar os pecados do homem. Ele tem de perdoá-los de maneira que não conflitem com Sua natureza e Sua justiça. É isso que os homens não vêem.
As Aplicações da Justiça de Deus
Devemos agora perguntar: como a justiça de Deus é aplicada a nós? A justiça de Deus é aplicada a nós de duas formas. A justiça de Deus pode primeiro ser aplicada dando paz ao nosso coração. Os sentimentos são indignos de confiança; por isso, podemos não confiar nos sentimentos de Deus. O amor é igualmente indigno de confiança. Se o amor de alguém mudar, ninguém pode culpá-lo ou culpá-la por isso. Mas podemos valer-nos da justiça e fazer reclamações baseados na justiça. Se Deus somente nos ama, Ele pode poupar-nos do julgamento dos pecados ou pode deixar-nos facilmente, se for algo que Ele consiga fazer. Mas como será se um dia Deus não estiver mais satisfeito conosco e não quiser continuar conosco? Se Deus não nos amasse mais e se tornasse bravo e insatisfeito conosco, nós sofreríamos. Sob tais circunstâncias, não poderíamos ter qualquer segurança a respeito de Deus e nosso coração nunca estaria em paz. Mas agora que Deus nos deu Sua justiça, estamos em paz, pois sabemos que nossos pecados foram julgados na pessoa de Cristo. Assim, podemos ter uma consciência ousada e uma segurança definitiva quando nos achegamos a Deus, e nosso coração pode ter paz. A paz não pode ser obtida pelo amor; a paz somente pode ser obtida por meio da justiça. Embora, em realidade, o amor de Deus seja confiável, do ponto de vista humano, ele não é tão confiável quanto a justiça de Deus. Logo que uma pessoa começa a crer em Deus, ela deve aprender a confiar mais em Sua justiça do que em Seu amor. Mais tarde, enquanto progride, ela deve aprender a confiar mais no amor de Deus do que em Sua justiça. Tal confiança pertence a um estágio avançado da vida cristã. Essa é a vida de pessoas como Madame Guyon. Mas, no começo, devemos tomar a justiça como a base de nossa fé. Sem justiça, a fé não tem base. Graças a Deus que nossos pecados foram perdoados. Agradecemos-Lhe porque Ele nunca mais nos julgará. Como o hino diz:
Não cobra duas vezes Deus:
Primeiro de Seu Filho e
Depois então de mim.
Nosso coração está tranqüilo, pois nossos pecados foram julgados.
A justiça de Deus tem outra aplicação: Ela nos leva a perceber a repugnante natureza do pecado. A fim de preservar Sua justiça, Deus se dispôs até mesmo a sacrificar Seu Filho na cruz. Deus preferiu antes sacrificar Seu Filho à Sua justiça, Sua verdade e Sua lei. Deus não faria algo que fosse contrário à Sua natureza. Assim, podemos ver quão repugnante é o pecado. Se Deus não pode ser indiferente ao pecado e prefere antes julgar Seu Filho para tratar com o pecado, também não podemos ser indiferentes em relação ao pecado. Aos olhos de Deus, Seu Filho pode ser sacrificado, mas o pecado não pode deixar de ser tratado. Todo o que crê no Senhor Jesus deve ver então que nenhum pecado pode ser ignorado. A atitude de Deus em relação ao pecado é muito rígida. Agora todos os nossos pecados estão perdoados. O Senhor Jesus morreu, fomos perdoados, e todas as coisas estão resolvidas. Neste ponto, gostaria de fazer mais uma ilustração. Um dia, eu estava no Parque Hsiao-feng lendo minha Bíblia. De repente, o céu escureceu e houve um trovão. Parecia que ia chover imediatamente. Fechei a Bíblia rapidamente e corri até uma pequena casa atrás do parque. Mas pouco depois a chuva ainda não havia chegado e, então, fui para casa apressadamente. A caminho de casa, o céu ainda estava bem escuro; trovejava e as nuvens estavam muito carregadas. Ainda assim a chuva não caiu. Nenhuma gota caiu sobre mim em todo o caminho para casa. Em outra ocasião, algum tempo mais tarde, fui de novo ao mesmo parque para ler. Dessa vez, também o céu escureceu como da vez anterior. Começou a trovejar novamente e as nuvens estavam pesadas e densas. Então, considerei minha experiência anterior, fiquei calmo e caminhei lentamente. Mas infelizmente, dessa vez, a chuva veio e me molhei. Não tive escolha a não ser correr para a pequena casa outra vez. Quando cheguei na casa, a chuva desabou. Não sabia quão forte a chuva seria. Mas, finalmente, o céu clareou, as nuvens se dispersaram, cessaram os trovões e voltei para casa. Dessa vez, assim como na anterior, não caiu uma gota de chuva enquanto voltava para casa. Mas deixe-me fazer-lhe uma pergunta: Em qual ocasião meu coração teve mais paz? Em ambas as ocasiões a chuva não caiu sobre mim quando eu voltava para casa. Mas em qual das vezes tive mais paz? Foi da primeira ou da segunda vez? Embora na primeira vez não tenha chovido a caminho de casa, não sabia quando a chuva viria; em decorrência disso, meu coração ficou de sobreaviso. Na segunda ocasião, também não houve chuva a caminho de casa, mas meu coração estava em paz, porque a chuva já tinha passado e o céu estava claro. Muitas pessoas esperam que a graça de Deus encubra seus pecados. Elas são como eu em minha primeira volta ao lar. Embora não haja chuva, a escuridão ainda se mantém, troveja e as nuvens são densas. Seu coração ainda fica ansioso. Elas não sabem o que lhes acontecerá. Mas graças ao Senhor, pois a salvação que recebemos é algo que já “passou pela chuva”. É uma salvação que “passou pelo trovão”. Nossa “chuva” já foi derramada no Calvário, e nosso “trovão” já aconteceu no Calvário. Agora, tudo passou. Regozijamo-nos não somente porque nossos pecados foram perdoados, mas porque eles foram perdoados após terem sido tratados. Eles não foram encobertos. Deus tratou com o problema dos nossos pecados. A ressurreição de Seu Filho tornou-se a evidência dessa obra. Hoje é dia de graça. Mas devemos lembrar-nos de que a graça reina pela justiça (Rm 5:21). A graça não pode vir diretamente; ela deve vir pela justiça. A graça de Deus não vem a nós diretamente. Ela vem a nós pelo Calvário. Hoje, alguns dizem que se Deus nos ama, Ele pode perdoar-nos sem julgamento. Isso seria a graça reinando sem justiça. Mas a graça está reinando pela justiça. A graça precisa da justiça do Calvário antes de poder reinar. Hoje, nosso receber da graça está unicamente baseado na justiça de Deus. Nossos pecados são perdoados após terem sido tratados. Quando vemos a cruz, é correto dizer que ela é a justiça de Deus. É também certo dizer que ela é a graça de Deus. A cruz significa a justiça de Deus e ela também significa a graça de Deus. Para Deus, a cruz é justiça; para nós, ela é graça. Hoje quando vemos a cruz, nosso coração descansa, pois sabemos que a graça que recebemos foi recebida mediante a maneira justa de Deus. Sabemos que a nossa salvação é clara, completa, adequada e justa. Nossa salvação não vem mediante contrabando ou fraude. Pelo contrário, ela vem pelo julgamento sobre o pecado. Louvado seja o Senhor! A cruz resolveu o problema do pecado e a ressurreição confirmou que a solução é de fato verdadeira...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.


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