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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

APRENDENDO COM AS BEM AVENTURANÇAS...


                                APRENDENDO COM AS BEM AVENTURANÇAS...
Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.” (Mc11.10)
Verdade Prática: Sermos súditos do Reino de Deus implica empenharmo-nos resolutamente para viver o padrão ético de Deus para o seu povo.
Para ler em Classe: MT 5.1-12
1 – E JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 – E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
3 – Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4 – Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5 – Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6 – Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 – Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8 – Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
9 – Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10-Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
11-Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
12-Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

Introdução: Entre os sermões proferidos por Cristo aos discípulos, o Sermão do Monte, como ficou conhecido, traduz de forma marcante a reveladora essência e a natureza de sua doutrina. Não só a oportunidade impar de conhecer ou recordar as suas vigas mestras, mas acima de tudo de procurar fazer desse ensino singular o ideal de vida de todos quantos desejam sinceramente praticar o cristianismo bíblico.

1.    O CONTEXTO DO SERMÃO DO MONTE
1.    O Contexto geográfico. A maior parte do ministério de Jesus se desenvolveu ao norte de Israel, nas redondezas do mar da Galiléia, região em que realizou também, grande parte dos seus milagres (ver Mt.4.23,24). Naquelas imediações está o Monte das bem-aventuranças, onde pregou o mais conhecido sermão de todos os tempos, no qual balizou os princípios gerais do Reino de Deus.
2.    O propósito do sermão. O Sermão do Monte é a síntese do ensino de Cristo para o seu povo. Antes da Igreja consolidar-se como agente do Reino de Deus na terra (Cf. At.8.12; 19.8; 20.25; 28.31) o Senhor tomou a iniciativa de descortinar ao núcleo apostólico, através desta primeira grande explanação pedagógica, as vigas mestras que constituem o modelo de vida cristã trazido pelo Reino de Deus, isto é a sua ética.

1.    AS DIMENSÕES DAS BEM AVENTURANÇAS.
1.    A Dimensão presente. Tanto as bem-aventuranças quanto os demais princípios bíblicos do Sermão do Monte podem ser vistos sob dois ângulos: a dimensão presente e a dimensão escatológica. Ambos se completam. Há os que vinculam estes princípios apenas à manifestação futura do Reino de Deus como se não pudessem ser experimentados aqui e agora. Eles o fazem porque interpretam a expressão “reino dos céus”, utilizada por Mateus, e que aparece no Sermão do Monte, como referente ao reino milenial, o que excluiria a validade desses princípios para a época presente.
“Mas, na verdade, comparando-se os sinóticos, verifica-se que reino dos céus, em determinadas passagens, equivale em Mateus à expressão Reino de Deus”. Compare os seguintes tetos: MT. 3.1,2 e Mc. 1.14,15; MT. 13.11 e Mc.4.1-20; Mt. 13.31-58 e Lc. 13.18-21.
Jesus deixou claro que a chegada do Reino de Deus é um ato presente na história (ver MT. 4.17). Portanto, se esta manifestação presente é uma verdade das escrituras, não há como excluir desta era e situar apenas no futuro os ensinos éticos e as bênçãos proclamadas no Sermão do Monte, entre as quais estão as bem-aventuranças.
1.    A Dimensão escatológica. Todavia, sob o ângulo escatológico, haverá um tempo em que o Reino de Deus manifestar-se-á de forma física, como retrata Apocalipse 11.15, quando então esses princípios e as bênçãos decorrentes serão experimentados de modo perfeito e absoluto. Hoje, conhecemos em parte (I Cor. 13.9,10) e nos submetemos voluntariamente ao senhorio do “reino do Filho do seu amor” (Col.1.13), mas quando as etapas finais do plano de Deus tiverem seu cumprimento, seremos então introduzidos a essa nova dimensão do Reino em que poderemos viver em toda plenitude e justiça a imagem perfeita de Cristo (ver 1 Jo. 3.2).
2.    A dimensão do compromisso. Mas as bem-aventuranças e os demais princípios do Sermão do Monte apontam também para a dimensão do compromisso. Este padrão ético constituído por Deus para o seu povo, com o qual cada crente precisa estar comprometido, é o referencial que norteia a vida cristã.
Não se trata de legislação para ser cumprida nos moldes da lei mosaica, porque esta, apesar de revelar a transgressão, não foi suficiente para resgatar o homem de seu estado pecaminoso (ver Gl. 3.24,25). Por outro lado, nenhum esforço humano é capaz de cumprir, por si mesmo, este elevado padrão de santidade exigido por Deus.
O único e legítimo recurso que torna o crente apto a estar em condições de expressar em sua relatividade humana esses requisitos, quando as circunstâncias o exigem, é viver permanentemente sob a graça de Deus em Cristo.

1.    O CAMINHO PARA AS BEM-AVENTURANÇAS.
1.    A IMPORTGÂNCIA DO ESPÍRITO DESPOJADO. A primeira das bem aventuranças requer o despojamento de espírito (VS.3). No grego, a ideia implica desenvolver a capacidade de esvaziar-se de todos os sentimentos que predispõe o homem a viver de forma egoísta. É não julgar-se autossuficiente, mas estar disposto a abrir mão de si mesmo pela promessa da recompensa vindoura (ver 1 Cor.4.6-18). Os “pobres de espírito” não vivem ansiosos, nem autoconfiantes, mas dependem sempre do Senhor, pela fé, pela oração, firmados nas promessas divinas e na esperança do “reino dos céus” na sua plenitude.
2.    A força do quebrantamento. A segunda bem aventurança nos leva ao quebrantamento (v.4). Aqui a ideia não é da autocomiseração em que o indivíduo se entrega a um estado de lamúria pela própria sorte. Não é o lamento natural por alguma perda, nem a tristeza egocêntrica e invejosa por não ter alcançado o que os outros já têm. Mas é quebrantar-se com “tristeza segundo Deus” (2Cor. 7.10) em razão dos seus próprios pecados, bem como tomar para si o sofrimento pelos pecados, maldades e injustiças dos homens que não conhecem a Deus.
3.    A busca da mansidão. Esta bem aventurança ressalta a força da mansidão (v.5) \ela se contrapõe ao ódio, à violência e ao estilo agressivo das conquistas humanas, Parece um paradoxo, mas quando os de espírito brando despontam, inibem atitudes que poderiam desaguar em conflitos e tragédias.
4.    A relevância da justiça. A quarta bem-aventurança revela que a justiça deve ser um profundo anseio de todo crente (v.60.”Fome e sede” são termos que denotam extrema necessidade. Tal qual o organismo faminto e sedento, o cristão não desfrutará da verdadeira calma e paz de espírito enquanto não sentir-se saciado da presença de Deus, o que implica viver não só em retidão espiritual, mas em não conformar-se com as injustiças e opressões que prevalecem no mundo.
5.    A prática da misericórdia. Quem experimente esta bem-aventurança (v.7) é porque está em harmonia com as demais. Misericórdia é o ato de ser compassivo com o próximo em seu estado de carência espiritual, moral e social. Ora, só chega a este passo quem é capas de esvaziar-se, quebrantar-se, ter um espírito brando e amar a justiça. Apenas estes conseguem ser misericordiosos. Em suas vidas aplicar-se-á a lei da semeadura e da colheita: por terem exercido a misericórdia, serão também por ela alcançados. (Cf. Gl. 6.7)
6.    O Lugar da pureza. Convém lembrar que pureza de coração não se trata de algo apenas eterno e aparente, unicamente com o fim de ser apreciado pelos homens, a exemplo dos fariseus, pois o termo “coração”, na Bíblia, traduz a ideia de centro da personalidade. Portanto, esta pureza só é verdadeira quando se realiza a partir do âmago do indivíduo. (cf. 1 Ts. 5.23).
7.    O peso da pacificação. Aquele que tem o coração purificado de segundas intenções age sempre com espírito pacífico. É a sétima bem aventurança. (VS.9). Paz é ausência de guerra, conflitos e toda sorte de conturbações. Na Bíblia o termo paz abrange também o sentido de harmonia. Ora, o pecado é a fonte de todas as mazelas e hostilidades entre os homens. Isto significa que o exercício da pacificação é uma qualidade de quem removeu de seu coração, mediante o sangue de Jesus, a causa de seus males pessoais (ver Rm. 5.1) e pode, por isso mesmo, contribuir para que outros a removam de suas vidas.
8.    A graça de ser perseguido pela causa do Senhor. Por último há também uma bem-aventurança para os que são perseguidos por serem fiéis ao senhor (VV.9,10). O compromisso como evangelho não admite outra opção (ver MT. 6.24). Não há como ser amigo do mundo e. ao mesmo tempo, agradar a Deus. Portanto a possibilidade de ser hostilizado por causa da sua fé é algo perfeitamente previsível.

CONCLUSÃO
Mas qual é a grande felicidade –a bem-aventurança – quanto a essas nossas condições referidas por Cristo que nos opõem ao modo de pensar e de agir do mundo? (O Jesus que eu nunca conheci), ela é o resultado de aceitarmos “a condição para um amor mais elevado...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


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