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sexta-feira, 26 de abril de 2013

ÁS VEZES SEM PERCEBERMOS AGIMOS COMO SEPULCROS CAIADOS...



             ÀS VEZES SEM PERCEBERMOS AGIMOS COMO SEPULCROS CAIADOS...

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” Mt 23:27-28
Ao ler esses dois versículos eu pensei:  O que mais eu poderia aprender  através dessa passagem?  Nada além do que normalmente se ouve acerca da hipocrisia focada sempre, com mais ênfase, no cenário conhecido como evangélico/protestante, direcionada àqueles que se vangloriam de boas obras, de uma vida justa, sem, contudo vivenciá-la de fato. Fechei a bíblia e dei o assunto por encerrado, mas duas palavrinhas chaves martelaram em minha memória durante alguns dias, intrigantemente em situações das mais diversas e desprovidas de qualquer ligação ao tema, então pedi a Deus que me revelasse o propósito e agora através dessas linhas compartilho com você.
Sepulcro caiado… obviamente os sepulcros têm relação direta com a morte, sua única finalidade é recolher um corpo sem vida, aquilo que está morto. Entre os judeus era costume pintar os sepulcros com cal, objetivando evitar que, se alguém os tacasse, se tornasse impuro, pelas leis judaicas.  Segundo pesquisas, o óxido de cálcio, conhecido como cal, além de sua utilização na construção civil é uma substância com propriedades de ação desinfetante e neutralizante, por isso é também utilizado para proteger árvores, estábulos e galinheiros e como desinfetantes de fossas.  Ora… galinheiros, estábulos e fossas são locais que apresentam odores bastante desagradáveis e que oferecem grandes riscos de contaminação tais como os… sepulcros.  Atualmente os túmulos ainda recebem tratamento com esse produto, não posso afirmar se pelo conhecimento de todas as suas propriedades ou apenas pela necessidade de melhorar a aparência com uma substância de baixo custo, mas sabemos que sua aplicação não contribui apenas para deixá-los branquinhos, mas também pode se usado na dosagem certa, “disfarçar” e amenizar a imundícia, apesar de obviamente não eliminá-la. Você já reparou também que uma pintura com cal não dura muito tempo, rapidamente desbota precisando de outra demão?!  A cal tipifica o engano ou um paliativo que pode ser utilizado na tentativa de se esconder a sujeira ou atenuar aquilo que nos incomoda e nos oferece riscos.  Podemos concluir então que sepulcro e cal são combinações bastante oportunas entre si.
Após essa análise minuciosa parei alguns instantes e refleti: Ainda que não estejamos qualificados como os próprios sepulcros caiados, estamos sujeitos a construí-los e a mantê-los com o tradicional produto milenar, o cal, sem sequer nos darmos conta disso!  Em todo o capítulo 23 de nosso texto base encontramos uma lista bastante extensa das faltas cometidas pelos fariseus e a menção da palavra hipócrita repetidas vezes, evidenciando-a como principal atributo.  Observemos, pois atentamente a definição que o dicionário nos dá para hipocrisia:
1. Afetação (o mesmo que se diz a respeito) de virtude ou sentimento que não se tem. 2. Fingimento, falsidade.  A despeito dos fariseus agirem dissimuladamente, com plena convicção de seus atos, nossa falibilidade humana nos condiciona a agirmos semelhantemente, ainda que sem a percepção que não temos a virtude ou o sentimento que achamos que temos e sem a percepção que estamos enganando e fingindo pra nós mesmos.

Quanta coisa está propensa a sepultar por acreditarmos que não possuem mais valia nem pra nós e nem para os outros ou por considerarmos que estão mortas!  E assim vamos aprendendo a conviver com tais sepulcros, dando uma demão de cal aqui, outra ali…
Existem diversas situações que configuram sepulcros, caiados conscientemente ou não, que podem estar à vista de todos ou muito bem escondidos. Destaco a seguir três aspectos nos quais menciono algumas dessas situações.
1  -  Nos relacionamentos interpessoais:
Quantos relacionamentos são mantidos sobre feridas, falta de perdão e respeito mútuo?!  Conflitos que vão sendo “resolvidos” por compensação, com pinceladas de cal na forma de presentes, permissividades, omissões ou qualquer outra forma de subterfúgio, e aparentemente tudo fica bem, mas aquilo que já está morto e cheira mal continua lá.  O cumprimento de normas comportamentais, os exemplos e tradições familiares, a transferência de responsabilidades, a falta de tempo, a lei do custo x benefício,  são justificativas que agem como cal sendo utilizadas na tentativa de tornar branquinhos e de neutralizar os odores que exalam desses relacionamentos.
“O pecado gera a morte” (Tiago 1:15).  Morte de valores morais, morte da autoestima, morte do corpo, morte da alma! Traição, adultério, mentiras, vícios, prostituição, roubo, suborno e todo tipo de contravenção também são indicadores de sepulcros que vão sendo caiados por desculpas contidas em frases como: “Prefiro continuar sendo traída, a ser trocada.”…“Não sou eu quem trai, eu sou livre, quem trai é ela que é casada.”…“Eu não me importo em comprar ou intermediar coisas na base da “treta”, não sou eu quem rouba”… “Meu bolso é meu guia.”… e por aí vai. Quando a culpa ou a vergonha começam a cirandar a consciência a procura de uma brecha para infiltrá-la, generosas camadas de cal são aplicadas como proteção.
2 – No relacionamento consigo mesmo:
Há pessoas que aparentemente são tidas como “bem resolvidas” consigo mesmas, equilibradas, centradas emocional e psicologicamente, mas que travam imensos conflitos interiores. Pessoas que, apesar de sempre rodeadas de gente e de uma vida social ativa, no fundo sentem-se sozinhas, mas sob camadas de cal acreditam que estão bem dessa forma, acreditam que não precisam de ninguém, muito menos de ajuda, talvez por já terem sofrido decepções, ou por motivos que nem sequer conhecem ao certo. A serenidade, a descrição, a fala comedida, o sorriso sempre estampado no rosto são os recursos que usam para transmitir que tudo vai muito bem, pra que ninguém perceba o contrário nem tentem invadir suas vidas violando seus sepulcros. Os paliativos são os refúgios no trabalho excessivo, nos livros, nos medicamentos sedativos, na fuga de si próprio.
3 – No relacionamento com Deus:
Quando o relacionamento com Deus há muito tempo foi interrompido e sepultado, ou nunca sequer existiu, apesar de continuarem ligados a uma determinada denominação/igreja, porém sem a real compreensão que o cristianismo genuíno não se exerce por ideologia ou herança religiosa.

Ao contrário dos fariseus, não alçam a voz em orações nas praças públicas, nem buscam exposições, mas frequentam as igrejas como mero local de encontros sociais. São os amigos e simpatizantes do evangelho. Comparecem aos encontros para assistir aos cultos e não para prestar culto. Apresentam uma conduta exemplar, são dizimistas fiéis, alguns até participam das atividades sociais da igreja, se submetem ao pastor, aos líderes, mas vão vivendo sem se submeterem a Deus. Onde está a cal? No engano que rechaça a essência do cristianismo e do serviço a Deus: a Religiosidade.
Tão difícil quanto o processo para se libertar de sepulcros caiados é reconhecer que eles podem existir na nossa própria vida. Peça a Deus que te guie nesse “mapeamento” interior. Pode ser que essa descoberta seja de imediato, pode ser que leve algum tempo, mas não deixe de ficar atento e meditar nisso! Você pode estar a poucos passos de ficar livre de um estorvo que nem se dá conta que está prejudicando sua caminhada.
Uma vez identificado o sepulcro, abri-lo é uma tarefa igualmente difícil, mas você já estará mais um passo a frente.  É um ato de coragem, ficar cara-a-cara com algo que tentamos esconder, muitas vezes principalmente de nós mesmos… que tentamos maquiar, neutralizar com demãos de cal.  Mas é necessário abrir o sepulcro para que aquilo que estava morto ressurja com vida.  Lázaro estava morto há 4 dias, já cheirava mal e a ordem que partiu de Jesus antes de ressuscitá-lo foi “Tirai a pedra.” Foi preciso uma ação humana pra que viesse a ação divina. Foi preciso que removessem a pedra da entrada do túmulo para que Jesus desse a ordem de vida: “Lázaro, vem para fora”.
Abandone o balde de cal, apresente a Deus o que precisa ser exposto para que o milagre aconteça.  Não importa se há 4 dias, 4 anos ou 4 décadas você sepultou seus…
Sentimentos… Esperança… Relacionamentos… Motivação… Talentos… Autoestima…
Jesus pode e deseja ressuscitá-los, nesse assunto e em todos os assuntos Ele é especialista!! Abra Seu campo de ação, ponha-o a prova e prove de uma transformação tremenda na sua vida!!
Mas, se você, após um autoexame, não identificou nenhum sepulcro caiado, glórias a Deus por isso, então apenas continue vigiando para não construí-los, uma vez que você já sabe de que forma isso pode se feito...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE

1 comentários :

Unknown disse...

muito Bom .foi bem profundo na revelação da palavra que jesus te De mais e mais entendimento da palavra amém..

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